segunda-feira, 14 de março de 2016

“A distância deste agora” (17/02/2016)

Há mais tempo do que realmente possa lembrar me perguntaram sobre um depois que ainda me é distante.A imagem que escolhi estava esquecida, não saberia dizer a última vez que pensei nela, mas está intacta. O mesmo sabor, os mesmos tons de felicidade. Quando eu lhe contar vai te parecer uma das coisas mais comuns do mundo. Agora disso eu me lembro bem, foi impossível achar uma foto que representasse este momento. O desejo era mais real do que a verdade. 

Quando a vida cansar do tempo e eu aceitar minha passagem por aqui, penso em uma paz soprando contra o rosto em um final de tarde azul cristal. Uma varanda branca de uma casa, uma cadeira de balanço feita com madeira escura e costas vazadas em um desenho igual à do sítio de minha avó. Lá descansarei meus pensamentos, observando o chão costurar o horizonte como as histórias que conhecem seu fim. Com os olhos cheios de lembrança me sobraria no ar uma sensação plena de dever cumprido e a felicidade seria minha redenção. 

Não achei imagem.
Não sei cheguei lá.
Mas o que importa?

Ass: Danilo Mendonça Martinho

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