quarta-feira, 16 de novembro de 2016

15/11/2016

O tempo não tem janelas nem portas para o passado
Parar e olhar para trás para quê?
Nem saiamos debaixo das cobertas
Costuramos mais uma emenda
Como se todo dia já não fosse
Sem folga sairei quase sem rumo
Na cidade de pedra que revela seus vazios
Solidão a gente acha até debaixo do asfalto

O mormaço da cidade não substitui o aconchego do lar
Nem 100% equilibra essa balança
Fica só na esperança de um dia o tempo levar
Só enquanto ser feliz não paga conta

Minha própria rotina me pegou de surpresa
Até meu descanso é programado
Antes de acordar se conta as horas para dormir
Tem contas que a gente sempre sai perdendo
Feriado se conta vantagem e nenhuma história
Amanhã é dia de levantar na realidade
Mas....de que lado ficou a ilusão?

Ass: Danilo Mendonça Martinho

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

14/11/2016

"Acordei debaixo de um véu branco
Sobre a proteção da garoa
Ventos de alguma outra direção
Mudo a vela para evitar contradições
Passa pelo horizonte o mesmo filme
Penso no final do que não teve começo
Acredito neste norte, vivo por este destino
Só receio as mortes nas praias
Por isso remo, desistir é a ilusão de tentar...

...O frio é gentil na medida que permite mais abraços
Mas para aqueles que tem de partir é um lembrete
A vida é andar por curvas onde se perde totalmente do sonho
Por isso na minha língua fé se chama passo
Levam tempo, levam força
Tem realidade de sobra
O homem sem camisa pede no farol
Nos falta a mesma gentileza da natureza
Esgotados adiamos mais uma vez
O solidário, a verdade e até mesmo desistir."

Ass: Danilo Mendonça Martinho