quinta-feira, 29 de abril de 2010
“Vazio” (24/04/2010)
Há algo de inquietante na espera
De sufocante na paciência
A espreita da calma
Beirando a loucura
É preciso andar a pé
Evitar a inércia
Descobrir-se sem razão
Há algo de amedrontador em seus olhos
De amargo nas suas palavras
A inevitável negação
Transbordando de sua boca
É preciso fechar os olhos
Evitar a realidade
Descobrir-se em ilusão
Há algo de nocivo nesta paz
De mentiroso nesta tranqüilidade
A verdade faz tocaia
Dorme nas fronteiras
É preciso fugir
Evitar o coração
Descobrir-se em solidão
Ass: Danilo Mendonça Martinho
domingo, 25 de abril de 2010
“Não me Pertenço” (18/04/2010)
Achei decidir
Acreditei controlar
Tentei fugir
Sonhei voar
Corri sem destino
Chorei sem parar
Dormi sem perceber
Acordei sem razão
Pedi desculpas
Engoli mentiras
Neguei perdões
Sufoquei verdades
Voltei para casa
Senti-me sem escolha
Entreguei meus princípios
Fui incapaz de me construir
Enganei-me diante o espelho
Vendi uma imagem
Descolori minha vida
Deixei o que já não era meu
Confundi as paisagens
Troquei o amor
Esqueci as dores
Vivi na solidão
Imaginei uma história
Escrevi poesias
Divulguei esperanças
Rasguei seu final
Desisti de mudar
Aceitei fingir
Desfragmentei minha essência
Perdi quem eu sou
Sofri por um fim
Desenhei um ponto final
Pensei estar livre
Descobri ser teu
Fiz do consciente
Uma breve aspiração
Derrubei as máscaras
Desvendei-me em ilusão
Ass: Danilo Mendonça Martinho
domingo, 18 de abril de 2010
“Você é a Dama” (14/04/2010)
Você pede passagem
Faz ignorar a paisagem
Teu olhar tem algo de infinito
Neste horizonte perdido
Teu sorriso abre braços
Dos quais não escapo
Acompanho teus passos
Em um caminho insensato
Mas já tirastes minha razão
Não há lógica na equação
Quando lhe deixo ao portão
Me escapas pela mão
Você vive no inconsciente
Expert em alimentar imaginários
Some sempre em tempo
Volta antes da esperança
A cada viagem deixa uma bagagem
Até tua completa presença
Abro-te a porta e acomodo tua cadeira
Envolvo-te em um abraço e seguro tua mão
Você é a dama
Que me deixaria levar a qualquer direção
Ass: Danilo Mendonça Martinho
quarta-feira, 14 de abril de 2010
“Cansaço” (03/04/2010)
As noites têm chegado antes de mim.
Ruas vazias e um vento frio
Uma mente perdida e uma alma vagante
Um suspiro na ausência das palavras
Encolho-me no assento do ônibus
Mirando alguma estrela pela janela
A escuridão permanece intacta
Perco meu olhar em um horizonte infinito
Aguardo, suspendo, caminho
Entre outros corpos me escondo
Da minha vida me esqueço
Hoje, sei, já não volto
Na cama me descarrego
Alcanço a minha liberdade
Desfaço-me em algum silêncio
A madrugada ainda me aguarda
Mas os dias não vão me esperar.
Ass: Danilo Mendonça Martinho
domingo, 11 de abril de 2010
“Depois do fim” (28/03/2010)
Prometeram-me uma tempestade
Mas caminho sob o Sol
Ardo em meio a seca
E compro uma ilusão
Feliz foi o momento sem ti
O futuro inacabado
Mas agora enlouqueço
Afogado em possibilidades
A ilusão faleceu em degrade
O fim de tarde lhe levou
E antes que pudesse desistir
A vida trouxe algo melhor
Abandono mais uma vez meus receios
Que venham todos os furacões
Que venham os raios e trovões
Estarei aqui quando tudo acabar
Ass: Danilo Mendonça Martinho
sábado, 3 de abril de 2010
“Partindo” (24/03/2010)
Eu sempre soube que você ia partir
Sempre tão leve, tão livre
Tuas loucuras diante o mundo
Teus desejos explícitos
A vida que transbordava por teus poros
Era uma alma radiante
Triste de ver presa e perdida
Havia algo de grandioso
De malas prontas
O mundo estava a sua espera
Eu só pude abri mão
Fui porto passageiro
História para contar
Lembrança eterna
Pretendo assim continuar
Em uma distância segura
Longe das melosas despedidas
Nosso romance não precisa
Basta-me teu último beijo
Basta-me teu eterno abraço
Qualquer coisa além é exagero
Um verso seria injusto
Palavras de amor seriam egoístas demais
Ass: Danilo Mendonça Martinho
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