quarta-feira, 16 de abril de 2014

“Sobre o que não passa” (19/03/2014)

Nossa alma é uma extensão do corpo a arrastar e tropeçar em tudo ao nosso redor. As almas sensíveis acabam por se deixar levar e se envolvem na dor ou na felicidade do próximo. Os solidários são a prova que o sentimento é eterno. Tudo que transcende o corpo foge de nosso controle, o que sentimos ficará nesse mundo muito depois de nós. A escolha é até quando, até onde estamos dispostos a carregar tudo que nossa alma guarda. O tamanho do sentir é uma questão de perspectiva e quanto certos valores acabam sobrepondo outros. Por isso amores podem virar vilões. Qualquer palavra que busque dar um fim é apenas a razão tentando dar sentido a emoção. A noite e o dia não mudam ninguém, mas o olhar é sempre diferente. É assim que um dia acordamos e descobrimos que aquela paixão já não nos move mais. Abandonar isso é abandonar um sonho. Nunca é fácil para ninguém quando sobra apenas realidade. A busca vira pelo estrago, pela justificativa. Você pode dizer que acabou e que já não sente mais nada, mas o amor há muito transcendeu seu corpo e está a influenciar todo seu redor. Para encontrar paz é preciso entender e ter a coragem de abrir mão. Nada termina sem motivo e nenhum sentimento desaparece. Aquilo tudo simplesmente deixa de te motivar, será sempre uma parte de você e do seu universo, mas que só cabe no passado. 

Um dia encontramos esse sentimento recíproco do qual não sabemos viver sem, os outros temos que deixar para eternidade. A alma move o corpo. Uma alma em paz move o mundo. 

Ass: Danilo Mendonça Martinho

quarta-feira, 9 de abril de 2014

“Ser ou não ser” (12/03/2014)

Tem sombras que são silêncio
Cadeira, mesa, cama, pia
Até mesmo no teto
Mas nunca pensei em companhia
Não ouço nem seus passos
Abriu e fechou a porta
Só que jamais entrou
Apenas te trombo nos cômodos
Sem ameaçar palavras
Tua presença parece memória
Não interfere na minha rotina
Suas respostas são burocráticas
Penso que existimos....
Mas não como nós

Presença exige mais
Realmente não estou aqui
Meus planos estão todos de saída
Nesse lugar que será visita
Criarei também novos laços com o silêncio
Agora isto não faz sentido
Não existe preparo para queda
É preciso dizer enquanto é tempo
Não imagino essa casa vazia
Espero que a deixemos juntos
Mesmo sem o mesmo destino
Penso que o “nós” é onipresente....
Mas há o que deixou de existir

Ass: Danilo Mendonça Martinho