segunda-feira, 31 de maio de 2010
“Segredo” (25/05/2010)
Não posso me render
As palavras também são lágrimas
Meus versos podem ser mágoas
Não quero ser seu vilão
Brincar com teus sonhos
Descrever teus desejos
Eu temo o olhar
Que me fará culpado
Que revelará minhas falhas
Eu lhe quero
Mas o romance cobra caro
Resta pouca riqueza no meu coração
Preciso esconder
As entrelinhas do meu âmago
A verdade que não cabe na poesia
Apenas te imploro
Não me deixe te perder agora
Vamos permanecer poeta e inspiração
Ass: Danilo Mendonça Martinho
quarta-feira, 26 de maio de 2010
“O Romântico no século XXI” (24/05/2010)
Sem papiros e penas
Sem armaduras e espadas
Sem odes ou tragédias
Despido de contexto
Caminho entre as frestas
Visito os desavisados
Desapareço em versos
Distante dos olhares
Posso ser livre
Dançar a luz do dia
Sorrir ao pôr-do-sol
Esquecer-me em teu imaginário
Perturbar teus sonhos
Atiçar tuas vontades
Tocar teu âmago
Construir minha presença
Na rotina da alegria
No caminho dos abraços
No inconsciente dos romances
No reflexo dos olhares
Que tentam me desvendar
Que às vezes me esquecem
Outras me ignoram
Desisto dos jogos
Abro o coração
Ofereço minha essência
Mostro meu rosto
Desenho o ponto final
Ass: Danilo Mendonça Martinho
domingo, 23 de maio de 2010
“Sangria” (16/05/2010)
Quero me despedaçar
Desconstruir meus versos
Abandonar meu corpo
Desistir do romance
Abdicar parte da vida
Quero me esquecer
Medos, erros e arrependimentos
Destruir meu imaginário
Matar expectativas
Desfazer-me em solidão
Não quero ser vítima
Causei minha tristeza
Instalei minha angústia
Maltratei minha alma
Quebrei meu espírito
Quero voltar a respirar
Longe deste amor
Longe desta incerteza
A salvo de tua essência
A salvo do meu inconsciente
Quero mudar
Apagar a imagem no espelho
Rasgar as folhas do passado
Superar meus limites
Deixar de sofrer
Ass: Danilo Mendonça Martinho
quinta-feira, 20 de maio de 2010
“Antes do Amanhecer” (15/05/2010)
Vou escrever antes que seja tarde
Antes que coloque tudo a perder
Enquanto tudo ainda é puro e inocente
Antes que o ar sufoque as palavras
Antes que se manchem as intenções
Minha paixão nasceu sorrateira
Agora me transborda a alma
Tentei buscar minha paz
Tentei fugir destes sonhos
Mas não posso mais negar ao coração
Meus versos são delicadas pétalas
Meus poemas são vívidos buquês
Foram todos para ti, meu bem
Sou destes românticos incuráveis
Não pude evitar o romance
Só queria que ficasse sabendo
Que tenho os mais sinceros sentimentos
Que és diferente de tudo que já vivi
Para sempre terás uma parte de mim
Independente do que hoje em diante nos torne.
Ass: Danilo Mendonça Martinho
segunda-feira, 17 de maio de 2010
“Te quero” (11/05/2010)
Queria te traduzir
Nada superficial
Queria tua alma
Derramada no meu papel
Não quero teu sorriso
Teus olhos ou cabelos
Não quero tua beleza óbvia
Quero teu inconsciente
Teus desejos mais secretos
Os sonhos que jamais me contaria
É inegável nossa atração
Mas quero lhe tocar a distância
Com as palavras certas
A melodia omitida em teu corpo
Você não é dama
Da torre mais alta que encontrei
Você não é a donzela em perigo
Fugindo de dragões e reis
Você é real
Além de qualquer inspiração
Preciso de teus versos
Antes que se torne utopia
Quero teu coração
Para dar nome a meu poema
Quero tua mão
Para dar sentido a minha vida
Ass: Danilo Mendonça Martinho
quinta-feira, 13 de maio de 2010
“Jogo Perigoso” (04/05/2010)
Não conheço tuas regras
Não reconheço teus sinais
Não entendo o que me pede
E talvez não seja capaz
Já declamei ao pé da janela
Já precipitei intimidades
Já esperei até não poder mais
E ainda não sei do que é capaz
Queria roubar tua essência
Queria misturar nossos braços
Queria distrair nossa razão
E ser capaz de te conquistar
Mas desisti dos jogos
Mas derrubei as máscaras
Mas abri mão dos sonhos
Incapaz de viver em ilusão
Se pensas que não reparo
Se achas que te ignoro
Se preferes fingir a acreditar
Será capaz de um romance?
Eu entro no teu jogo
Eu dispo os sentimentos
Eu entrego a verdade
Sou capaz de tudo por você
Ass: Danilo Mendonça Martinho
quinta-feira, 6 de maio de 2010
“Nossa Casa” (25/04/2010)
Vamos deixar um espaço para saudade
Uma janela para liberdade
Um cômodo para o silêncio
Vamos colocar a coragem no armário
Pendurar o medo atrás da porta
Envolver com virtude o travesseiro
Vamos encher a sala de alegria
Pintar de felicidade as paredes
Lavar a tristeza do quintal
Vamos fermentar a confiança
Preparar a sinceridade
Servir compreensão.
Vamos deitar a melancolia
Cobrir os sonhos
Ninar nossos desejos
Vamos acender a lareira de esperanças
Ouvir um pouco da verdade
Aquecer os corações
Vamos manter a luz acesa para o arrependimento
Convidar as desculpas para sentar
Chorar nossas mágoas
Vamos abrir a porta para o amor
Despedir-se da solidão
Lembra-los de sempre voltar
Vamos construir alicerces de abraços
Uma varanda de paz
Um sótão de poesias
Vamos alimentar nosso quarto de carinho
Guardar os beijos no criado mudo
Ligar o abajur sobre nosso romance
Vamos fazer dos sentimentos nosso eterno lar
Ass: Danilo Mendonça Martinho
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