sábado, 24 de maio de 2014

“Desconcerto Cordial” (22/04/2014)

Desculpe meu amigo
Você não merecia
Não essa palavra menor
Mesmo que com razão
Podia ter evitado
Logo você que sabedoria
O que é construir um lar
Teu canto é aconchego
É você de todo coração
É que o nosso, é outro
Tem um espaço de pra sempre
Uma vista de se acostumar
Um como para futuro um canto de seriedade
E outro para esquecer-se
Mas acima de tudo
Encontramos sem esperar
Nossa felicidade
Mesmo assim desculpe-me
Nada é motivo de destrato
Todo mundo se incomoda
O amigo é o que não deixa passar
Por isso, desculpas

Ass: Danilo Mendonça Martinho

sábado, 10 de maio de 2014

“Bença” (22/04/2014)

No mar de decisões maiores que nós precisamos de algumas garantias. Tentamos por todos os lados descredenciar o sonho e conforme a vida nos fazia seguir em frente o medo se diluia na vontade, no desejo, na estranha incerteza de sentir que estávamos certos. Pelos dias que se seguiram a Chuva caiu sobre estes pensamentos. De forma doce para que desistisse do guarda-chuva. Fazia tempo que não encontrava ela assim. Ao pensar na decisão não tive dúvidas e com um sorriso sussurrei: Bença Chuva.

Não lembro bem quando, mas não muito tempo depois, os questionamentos ainda seguiam dentro de mim, embora mais silenciosos. Entre as árvores surgiu aquele brilho intenso do sol quase que de propósito na minha direção. O mesmo Sol que me acordava na infância quando dormia na sala de minha avó. Até hoje é uma das minhas sensações favoritas acordar assim com esse raio de luz preguiçoso, que mal toca seu rosto. Meu corpo ficou em paz e falei sorrindo: Bença Sol. 

Na janela confessionário onde debrucei com melancolias, aflições e filosofias adolescentes eu resolvi voltar. Minhas conversas hoje são mais esporádicas, não menos importantes. Agarrado contra as grades sentindo o vento e o céu azul minha palavra não precisa de pressa. Abro o peito para o universo que me criou e tento descrever o gosto dos sentimentos. Mas acima de tudo agradeço, pelo encontro, pela chance, pela felicidade. Bença Céu. 

Pela manhã caminhei entre os eucaliptos sobre o chão de cascalho. Posso muito bem seguir pelo asfalto, mas são raras as chances de respirar este ar misturado de nostalgia. A vida parece mais presente em nós, como se tudo pertencesse. Todos acabaram me visitando para dar certezas e eu retribui. Bença Natureza, bença. 

Ass: Danilo Mendonça Martinho

domingo, 4 de maio de 2014

“Inquietação” (24/03/2014)

Minha mente está querendo fugir
E não é uma questão de endereço
Adio tudo e tanto quanto posso
Conjugo as ações do tempo do preciso
A sensação do dever me afasta
Mas a negligência é amarga e sufocante
E se todo dia for só responsabilidade?
Será que soube como crescer?
Permaneço insuficiente na inércia
Sem satisfazer a alma
Sem me empenhar nas obrigações
Não há metodologia que organize a vida
Pois não há tempo determinado
Apenas correndo

Ass: Danilo Mendonça Martinho