segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

“O último antes de amanhã” (31/12/2018)

Eu só queria agradecer
Porque a dor não vai costurar
Porque a alegria vai permanecer
Porque seria um esforço explicar

Há tanta coisa que não cabe na palavra
Tempo, amor, vida, sonho
Tudo passou rápido demais
E não vejo a hora de deixar para trás

Não sei dizer o caminho
Mal posso descrever esse fim
Já está tudo em movimento
O amanhã é sempre mais importante

Só resta mesmo espaço para agradecer
Certo e errado, bom ou ruim
Está tudo diluído na história
Na certeza da esperança de ser diferente

Não vale a pena detalhar
Deixemos tudo em suspiros e sorrisos
Não faz diferença reclamar
Viver é tudo sem poder pular

Então um obrigado e chega de passado
Respira fundo e deixa escapar
Seja livre do agora, antes e depois
E entenda, existir é só uma passagem

Ass: Danilo Mendonça Martinho


segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Rimas & Literatura_10

Rimas & Literatura especial de fim de ano traz o próprio Poeta da Colina e o sorteio de um livro do autor. Ouça e saiba como participar.




Ass: Danilo Mendonça Martinho

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Rimas & Literatura_09

Rimas e Literatura apresenta e divulga escritores contemporâneos. Neste programa falamos sobre o escritor, Manuel Pintor.

 Mais do trabalho de Manuel Pintor: http://infinitudes.incubo.com/

 Participe do Rimas & Literatura, mande sua biografia e obra para: poetadacolina@gmail.com



Ass: Danilo Mendonça Martinho

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Rimas & Literatura_08

Rimas e Literatura apresenta e divulga escritores contemporâneos. Neste programa falamos sobre a escritora, Fernanda Fraga.

Mais do trabalho de Fernanda Fraga:
www.facebook.com/fernandafragapoemas

Participe do Rimas & Literatura, mande sua biografia e obra para:

poetadacolina@gmail.com



Ass: Danilo Mendonça Martinho

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

“Insípido” (02/12/2018)

Este é o gosto do desgosto
Raiva, inconformação, indiferença
O vácuo da emoção
O filme que perdeu a graça
Eu não sei de mais nada
Diferenciar sorriso de lágrima
Acostumar-se a ser vão

Me diz para que
Criar oportunidade
Se tudo acaba em decepção
Me diz porque
Dar volta com a felicidade
Apertar o coração

O fracasso não sai da boca
O corpo se arrasta pelo quarteirão
Não vale o esforço do disfarce
Não faço mais questão
Eu acredito, aceito, concordo
Se tudo que tem é ilusão

Não me sussurre palavras
Nem alimente sonhos enfeitados
Pensei que seria amargo
Mas é um completo vazio
Imutável, inerte....real
Um olhar frio
A desesperança de um final.

Ass: Danilo Mendonça Martinho


segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Rimas & Literatura_07

Rimas e Literatura é um podcast para apresentar e divulgar escritores contemporâneos. Neste programa falamos sobre a escritora, Helen Ferreira.
Mais do trabalho de Helen Ferreira:
www.editandoasaudade.blogspot.com
Participe do Rimas & Literatura, mande sua biografia e obra para:
poetadacolina@gmail.com




Ass: Danilo Mendonça Martinho

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

“Contornando” (18/11/2018)


A vida é cheia de limites
Não é mesmo
Os sentimentos no caso
São os contornos da alma
Eu também queria aprender a fugir
Do que se carrega no olhar
Mas no fim só me resta confessar
A esperança não é minha

Essa é a mais nova fronteira
O ímpeto, a coragem, a felicidade
São visitantes que se esgotam
O cansaço que se projeta no corpo
Não se compara com o que esconde a face
Neste oceano que é viver
Ninguém escapa das tempestades

Trancado aqui dentro
O sonho esmaece em um suspiro
A alegria não equilibra o peso
O tempo escorre como se fosse findar
Por que não jogar as âncoras?
Por que não se entregar ao mar?

Mas quem superou os limites
Quem continuou mesmo avisado
Quem amou mesmo sem carinho
Que fez pela primeira vez
Descobriu na insistência
Temos que ser mesmo depois da esperança

Ass: Danilo Mendonça Martinho


segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Rimas & Literatura_06

Rimas e Literatura é um podcast para apresentar e divulgar escritores contemporâneos. Neste programa falamos sobre o escritor, Edemir Fernandes Bagon.
Mais do trabalho de Edemir Fernandes Bagon:
www.amanhecernohorizonte.blogspot.com
Participe do Rimas & Literatura, mande sua biografia e obra para:
poetadacolina@gmail.com



Ass: Danilo Mendonça Martinho

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

“Desatado” (17/11/2018)

Quero ser leve, como a gota de chuva que nunca chega ao chão. Desfeito em milhares de prismas, construir o arco-íris, abrir mão do sonho, das esperanças e das expectativas. Um vôo pleno, sem me preocupar com depois. Diluído na tempestade, mas único no propósito. Uma vez ser todo, respirar sem passado na garganta, sem lágrima embargada, viver como se fosse acabar. Quero a paz e silêncio deste céu, sorrir....e em um relâmpago esquecer. Só quero sentir a inocência de abraçar a vida sem receios, uma essência no ar, uma verdade sem desvios. Quero mais que o fim, quero a intensidade desta queda e, se ela é livre, por que qualquer outra coisa não seria. 

Ass: Danilo Mendonça Martinho


segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Rimas & Literatura_05

Rimas e Literatura é um podcast para apresentar e divulgar escritores contemporâneos. Neste programa falamos sobre a escritora, Priscila Rodê.




Mais do trabalho de Priscila Rodê:

www.priscilarodec.wordpress.com

Ass: Danilo Mendonça Martinho

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

"32 Estações" (14/11/2018)

Não me entenda mal
Mas sou feito de invernos
Não acompanho o renascer das flores
Mas sim a sobrevivência da chama
Demorei a entender meu propósito
A tudo que escapa os olhos
Tem uma palavra que resiste

Não fique triste
Eu sorrio no meio da chuva
Eu admiro o céu nublado
Eu aqueço a alma quando bate o vento
Sou feliz nos meus silêncios

O outono me prepara
E aqui eu me completo
Nesse mergulho do sentimento
Nesse encontro com a verdade
A realidade sem filtros coloridos

Eu aprendi a paz deste deserto
Eu aprendi o valor destes suspiros
Conheci o amor que não desiste
A perseverança que sempre alcança
A força de um sonho diante a vida

Foram trinta e dois invernos
E eu simplesmente não seria
Se não os fosse por completo

Ass: Danilo Mendonça Martinho



segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Rimas & Literatura_04

Rimas e Literatura é um podcast para apresentar e divulgar escritores contemporâneos. Neste programa falamos sobre o escritor, Joakim Antonio.

Mais do trabalho de Joakim Antonio:
www.facebook.com/poetajoakimantonio



Ass: Danilo Mendonça Martinho

quarta-feira, 7 de novembro de 2018

“Adeuses” (05/11/2018)

Eu vou ter que deixar o teu abraço
O tempo não me esquece
Tudo nessa vida é partida
No fim somos só o que deixamos para trás

Eu choro no teu colo
Na esperança que o abrigo seja eterno
Que possa escancarar toda angústia
Que possa secar essa tristeza
Que encolhido no teu carinho
Não precisasse de um amanhã

O dia partiu meu bem
Mas eu não quero voltar
A única coisa que ainda carrego
É justamente a que quero deixar

Meu sonho já acordou
Meu amor já cresceu
O desejo se transformou
A idade já passou
Acabou a reza e a saudade
O que falta para este adeus?

Nunca achei que ia preferir o fim
Mas essa é a lição da vida
De tudo que dói e de tudo que se ama
Viremos a nos despedir

Ass: Danilo Mendonça Martinho


segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Rimas e Literatura_03

Rimas e Literatura é um podcast para apresentar e divulgar escritores contemporâneos. Neste programa falamos sobre a escritora, Betina Pilch e o lançamento do seu 1º livro "Criticamente Poético – Um ensaio crônico de uma coreografia" pela Drago Editorial.

Mais do trabalho de Betina Pilch: www.facebook.com/criticamentepoetico


Ass: Danilo Mendonça Martinho

segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Rimas & Literatura_02

Rimas e Literatura é um podcast para apresentar e divulgar escritores contemporâneos. Neste programa falamos sobre o escritor, Eucanaã Ferraz e também lembramos do aniversário de Carlos Drummond de Andrade.

Mais do trabalho de Eucanaã Ferraz:
www.eucanaaferraz.com.br

Mais sobre o Dia D:

www.diadrummond.com.br




Ass: Danilo Mendonça Martinho

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Rimas & Literatura_01

Rimas e Literatura é um podcast para apresentar e divulgar escritores contemporâneos. Neste programa falamos sobre o escritor, Dan Porto.

Mais sobre seu trabalho em:
danporto.blogspot.com







Ass: Danilo Mendonça Martinho

terça-feira, 9 de outubro de 2018

“Será?” (05/10/2018)

Talvez seja isso
Uma cordialidade de fachada
Uma imagem pro vizinho
Uma risada para o chefe
Um carnaval de máscaras

Construímos aparências
Sem construir caráter

Talvez seja isso
Nos movemos pelo ódio
Gostamos de dar rasteira
Do gosto do sangue do inimigo
A sociedade do desprezo ao próximo

O que pensamos ser bolha digital
É provável que seja retrato fiel

Somos essa força primitiva
Agindo para sobreviver
Temos o privilégio do pensamento
Mas não sabemos combater o instinto
Só justificamos o animal em nós

Então que seja isso
Na cabine encontre teu reflexo
Encontre tua raiva e teu medo
Liberte tua vergonha e silêncio
Seja cru e real

Quem sabe diante nossa verdadeira face
O horror nos faça mudar


Ass: Danilo Mendonça Martinho

“Procrastinação” (17/09/2018)

O inconsciente não deixa esquecer
Guarda uma coleção de metades
Antecipo o limite do tempo
Justificando o que não começo
Escolho o sono não o sonho
Exponho minhas opiniões para paredes
Coletivas do time virtual
Entrevistado em talk-show
Explicações para o chefe
Argumentos para contratação
E em uma sombra da realidade
Convencido que o agora não me cabe
Tento acordar nesse dia improvável
Na espera disfarçada de esperança
Escondo todas minhas verdades
Vítima das circunstâncias
E assassino da vontade

É uma luta desesperadora
Imaginar tantos gostos
Até chegar a sorrir no escuro
Enquanto a vida te escapa
Nos pensamentos do futuro
Teu corpo paralisado
Reorganizando ações a cada instante
Os planos todos traçados
Mas nenhum pé no chão
É triste ver tudo de perto
Incapaz de ir além da imaginação

Eu vim ver o fim
Ao menos uma vez
Não contei o meu destino
Não esperei aprovações
Comecei a caminhar
Descansei mais que precisava
Mas segui em frente
Antes que pudesse questionar
Talvez ainda não seja a cura
Mas realizar-se é um começo

Ass: Danilo Mendonça Martinho

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

“Dividido” ( 02/10/2018)

Eu tenho procurado palavras
Algo bem no meio do bom senso
Diferenças são personalidade
Somos comuns no desejo
Mas antes do amor somos contra
Sabemos onde colocar nosso ódio
Só que estamos perdidos com a esperança
Quando não é a paixão que nos move
Quando respondemos violência com opressão
Insegurança com medo
Opinião com censura
Diálogo com ignorância
Respeito com indiferença
O que construiremos sobre o alicerce da raiva?
O que chamaremos de nação?

Desisti dos versos nesse deserto
O meio do caminho
Virou uma completa solidão
Um silêncio ensurdecedor
A única palavra que resta é liberdade
Meu lugar é ao lado dela
E só não me calo
Para não perdê-la também


Ass: Danilo Mendonça Martinho

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

“Anseio” (13/09/2018)

Seria leviano dizer
Que entendo a avalanche do horizonte
Pois para mim tudo para
A vida se arrasta nos milímetros
Exibindo as brechas nos detalhes

Só que eu leio os olhares
Enxergo as aflições e desesperos
Vejo a necessidade do abraço
Proteger-te dos teus olhos fechados
Que fazem do futuro realidade
Do medo a sua condição

Procure pela minha mão
Por mais que pareça impossível
Por mais que seja incerto
Não acredite nos teus olhos
Não ouça tua razão
Apenas segure firme meu bem
E confie na canção

O horizonte ainda descansa
O amanhã não te alcança
A vida segue mansa
Teu coração a salvo da dor
A tristeza é uma possibilidade
Mas jamais a única verdade
Que carrega um amor

Ass: Danilo Mendonça Martinho

terça-feira, 11 de setembro de 2018

“O Tempo das Coisas” (02/09/2018)

As coisas não tem idade
Elas vivem da lembrança
Dos laços que criam
Dos momentos que compartilham
Algumas passam de mãe para filha
Outras tantas de irmão para irmão
Elas podem vencer o tempo
Mesmo que mudem nome e utilidade
Sua única ligação é o sentimento
As coisas apenas estão
Algumas, privilegiados monumentos
Outras clipses em documentos
Cartas em uma caixa de sapatos
Guarda-chuvas perdidos no metrô
As vezes parece um trapo velho
Mas carrega todo nosso coração
O que as coisas apenas temem
Talvez como todos nós
É desaparecer na memória
Aos poucos se desfazer no tempo
Perder a consciência de existir
Mas isso não é uma escolha
E mais do que esquecer e lembrar
Precisamos nos preocupar em viver e sentir

Ass: Danilo Mendonça Martinho

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

“Urbana” (31/08/2018)

Um amigo me disse
Que a poesia devia permanecer à margem
Talvez por isso combine com os muros
Nossos limites diários
Nossa ilusão de segurança
Mas a poesia segue nesta margem
Pois ignoramos nossas cercas
Nos cercamos de verdades farpadas
Acreditando estar a salvo da solidão
A poesia na parede fria
Recebe olhares desenganados
Ela encara e não desiste
Não importa o sentido desde que o faça
Ele embarcou para Barra Funda
Muita gente, muito tempo
Muita realidade que vem de dentro
Caem os filtros, caem as máscaras
E na borda da loucura
Quem resiste é o verso
Cru e sem açúcar
Coloca teu pé no chão
Lembra que há vida na próxima estação
Mesmo que seja apenas poesia


Ass: Danilo Mendonça Martinho

sábado, 1 de setembro de 2018

“Lei Universal” (31/08/2018)

Perdoe-me por todas promessas tolas que já fiz
Acreditei que a vida era questão de troca
Acreditei no sacrifício pela recompensa
Que tua justiça era feita de contra-pesos
Eu cai tantas vezes do precipício
Pensando que poderia voar
Quando o propósito era, na verdade, se entregar
Se pulei, o fiz por mim

Eu realmente acreditei que estava agradecendo
Que as coisas boas da vida não podiam ser de graça
Que não poderia conquistar nada sem abandonar um prazer
Mas não foi pedido nada pela minha reza
E hoje entendi que fiz pela minha paz

O mundo é um equilíbrio de energias
Mas não obedece nenhuma lei de mercado
Tudo que a vida mais quer de nós
É que façamos tudo com a devoção do amor
Que mergulhemos em nossos sonhos sem restrições
Doemos a essa nossa existência o nosso melhor e mais sincero
E as conquistas, a felicidade e plenitude que virão
Serão consequências e nada além disso

Desculpe-me demorar a compreender
Quando uma força intercede por nós, o faz de boa vontade
Esqueça agradecimentos, sacrifícios, dívida
Só é preciso ao interceder no mundo, fazê-lo com a mesma boa vontade

Ass: Danilo Mendonça Martinho

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

“Paladar” (28/08/2018)

Eu me apego a teus detalhes
Seus olhos sorriem
Sua respiração pausada
O mundo é vertigem
Quando estamos tão perto
Você quer sempre mais
A mão se precipita sem encostar
O universo na ponta do seu nariz
Tua pele envolve tuas formas
Como o embrulho de um presente
Então morde teus lábios
Com desejo ou com saudade
A boca enche d'água
Com o fruto fosse novamente proibido
E no último momento de consciência
Vejo teu coração liberto
Daqui em diante é só entrega

Ass: Danilo Mendonça Martinho

terça-feira, 28 de agosto de 2018

“Despertar” (17/08/2018)

Todo dia quando acordo
O celular inteligentemente me sugere

Adiar

Mas o que posso esperar de um dia
Onde o primeiro compromisso que assumo
É deixar para depois

Na cama cabe qualquer tempo e espaço
Só que e a minha vida?
Vai me esperar?

A verdade é uma fuga
Nove minutos para escapar
Assusta não saber do quê

O que vale evitar?
Podemos realmente não sentir?

Os olhos não vão longe
A consciência me supera

É dia

Minha única chance é o coração
Para resgatar o que esqueci
Para que a luta não seja em vão

O depois é a esperança
De nunca chegar


A hora

Ass: Danilo Mendonça Martinho

“Compasso” (02/08/2018)

O alarme toca quando for hora
O computador entre em espera
O carro avisa da gasolina

Alguém vai marcar um encontro
Alguém vai me chamar um dia
Alguém vai reconhecer a verdade

Amanhã eu começo de novo
Amanhã o tempo vai estar melhor
Amanhã há de dar certo

Eu acredito que ele já sabia
Eu acredito que ela vai vir
Eu acredito no que disseram

Até onde eu sei ele é bom
Até onde sei ele tentou
Até onde sei ainda é possível

Afinal, a vida é esperança ou espera?


Ass: Danilo Mendonça Martinho

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Martírio




Martírio” (30/07/2018)

Pegou a faca
Provavelmente a última
Esquentou o pão
Provavelmente amanhecido
Tomou o chá
Provavelmente sem açúcar
Vestiu o paletó
Provavelmente com o bolso furado
Saiu de casa
Provavelmente sem guarda-chuva
Chegou no trabalho
Provavelmente atrasado
Cumpriu o expediente
Provavelmente sem vontade
Parou no bar
Provavelmente sozinho
Voltou caminhando
Provavelmente no frio
Tomou banho
Provavelmente chorando
Assistiu TV
Provavelmente sem sorrir
Deitou-se
Provavelmente sem sono
Pensou no seu dia
Provavelmente....irá repeti-lo

Ass: Danilo Mendonça Martinho

sábado, 21 de julho de 2018

Insólito

Tem coisa que não tem jeito. Não sai da garganta, da cabeça, da alma. É preciso tempestade, algo radical para aliviar o peso. Tem muitos dias que lutamos com a maré, mas em alguns é preciso se deixar levar. Abrir mão, se despir, se livrar. Descarregue.

Insólito” (21/07/2018)

Tá precisando chover
Tá precisando lavar a alma
Arrastar sentimento atolado
Desobstruir a garganta
Encharcar as ideias

Quero vendaval para carregar tristeza
Raios para destruir amarras
Granizo para ferir mentiras
Escuridão para esquecer verdades

A terra tá seca de sonhos
O ar pesado de mesquinharias
Os olhos ardem do cansaço
As folhas despedaçam junto da alegria
O suspiro virou tosse amarga

Tá precisando chover
E nem precisa ser poesia
Pode ser abraço no fim de tarde
Carta de amor perdido
Rosquinhas fritas da vovó
Qualquer coisa que dê vida

Ass: Danilo Mendonça Martinho

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Relato de uma dor

Tem momentos do passado que sempre voltam para nossa consciência. Tirando de lado a ideia de arrependimentos ou nostalgias, vejo que são lições que voltam para nós. Aqui, entre muitos aprendizados que tive, acredito ter um que vale para todas áreas da nossa vida e para muitos momentos turbulentos que estamos vivendo. Os dois lados da moeda. Fui magoado muitas vezes, mas só quando magoei compreendi a situação. Acredito que muitas vezes olhamos apenas a nossa perspectiva, as nossas crenças, as nossas verdades, os nossos sentimentos. Mas e o outro? Nossa como é difícil pensar no outro quando este nos prejudica tanto, nos faz doer, ou discordam e refutam nossos princípios. Mas é um exercício que com o tempo nos faz pessoas melhores. Como diz a poesia, algumas vezes uma mágoa, um adeus, se fazem necessários para chegar até a paz, até a compreensão. As lições da vida são as difíceis.

Relato de uma dor” (08/06/2018)

Eu não venho aqui
Lhe tirar nenhuma mágoa
Não é meu direito
Nem venho porque te devo
Falo no mesmo egoísmo
De quando te deixei
Falo pois faltei com a sinceridade
A mesma que defendo em praça pública
Venho pensando apenas em mim
Na paz da minha alma
Na absolvição do meu coração

Outrem era quem reclamava do amor
Tanto que quase ignorei
Quando estava a mercê em minha porta
Mergulhei de cabeça
Cada meu bem, veio do coração
Fui inteiro, fui entregue
E como em todo erro
Fui longe demais
O amor de um não sustenta dois
E terminei o que não podia começar
Arrastei tudo para minha solidão
Fui causa e não consequência
E traí toda minha consciência
Quando fui incapaz da verdade

Se tiver perdão foi em vão
Se tiver silêncio não sobrou nada
Se tiver resposta mereço a dor
Magoar é simplesmente terrível
E pode ser o único caminho para paz

Ass: Danilo Mendonça Martinho

sábado, 7 de julho de 2018

Enredo

Queremos uma resposta pronta, um final feliz. Cada dia mais percebo que o fim é a parte que menos importa em qualquer história. Resultados serão sempre apenas resultados, pontuais, efêmeros, parte de um todo. Precisamos prestar atenção nas batalhas, que nada vem fácil e que uma boa história é escrita com muita persistência no caminho.

Enredo” (22/05/2018)

Os altos e baixos são rápidos
Qual seria fingimento?
Um plano não um sonho
Só mais regras a seguir

Posturas condicionadas
Ideias programadas
São passos sem porquê
Tento e eis o erro

Assumir a esperança
É exaurir o corpo
Desgastar as possibilidades
Arriscar sobrar só realidade

Aceitar a derrota
É viver sempre hoje
Amargar toda alma
Entregar-se ao acaso

Para um falta força
Para outro falta coragem
Personagem sem propósito
Acaba sem solução

Ass: Danilo Mendonça Martinho

sexta-feira, 6 de julho de 2018

“Anáforas”

Nos detalhes as palavras mudam todo seu sentido. Eu fico aqui nesse espelho procurando os nuances que vai mudar todo meu destino. A vida chega e escapa em um suspiro, eis o tempo que temos para descobrir nosso caminho. 


Anáforas” (18/05/2018)

Quando importar o que faço
Não me importará o tempo
Mas se me importo com o peso
Como hei de achar o que importa?

Não faz mais diferença a tristeza
Não é diferente de uma prisão
Pareço indiferente ao sonho
Sem saber o que difere a ação da esperança

Falo na procura de uma luz
Quando me calo também não acho
Digo mas nunca convenço
Escrevo para não ter que dizer adeus

Tudo que me resta é esse horizonte
Amargo tratar como resto a liberdade
Resta então o consolo do pensamento
Se isso é sobra, o que me é inteiro?

Ass: Danilo Mendonça Martinho

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Sobre o Cansaço

Quantas vezes respiramos mais fundo e pareceu que seria mais fácil, em um suspiro, simplesmente esquecer? E quantas vezes realmente deixou de apenas parecer? O cansaço eventualmente toma conta, mas desistir não é alívio.   


Sonho de vagabundo” (14/05/2018)

Poderia ser mais fácil
E nem digo ser feliz
Passar o dia a esmo
Vontade e nenhum dever

Férias eternas
E nem digo viajar
Um canto de sofá
Uma maratona na tv

Um colo, um amor
Sem esforço, sem migalhas
Somente uma paz
E um silêncio ao pôr do sol

Não ter o que fazer
Sem lugar para me arrastar
Sem esperança de mudar
Ser pleno uma vez

Ass: Danilo Mendonça Martinho

quarta-feira, 4 de julho de 2018

Sobre o fim da linha

Peça ajuda, peça companhia, peça força, peça um abraço. Faça o que for preciso, admita humildemente sua dor. Mas jamais em nenhum momento acredite que acabou, há sempre para onde, há sempre um porquê.

Clemência” (08/05/2018)

Eu preciso de um alento, um colo, um choro
Qualquer coisa que me leve o embargo do sonho
Que me tire da ideia o presente
Que me dê uma chance na felicidade idealizada
Não peço perfeição, peço urgência
Pois temo que seja tardia a atitude
Temo que não seja sadia a solução
Ajuda-me com uma migalha de certeza
Um raio se sol ou uma gota de chuva
Quebre meu próprio feitiço
Dessa crença que não há saída

Ass: Danilo Mendonça Martinho

terça-feira, 3 de julho de 2018

LIBERTE-SE!

Há duas coisas que precisamos prestar atenção na vida. A primeira é reconhecer ao nosso redor as pessoas que temos, que nos dão suporte, força, um abraço que seja. Não digo apenas ter consciência que estão aqui, mas verbalizar isso para eles. Algumas vezes é tudo que um grande amigo precisa e sabemos que vamos precisar um dia também ser lembrados dos nossos valores, daquilo que temos de bom. A segunda coisa é fundamental. É reconhecer ao nosso redor as pessoas que não agregam nada a nossa vida, que atrapalham nosso crescimento, nossa felicidade, nossa paz. Infelizmente sou obrigado a constatar que damos ouvidos, que pesamos opiniões, que deixamos levarem a intriga para nossas almas. Muitas vezes o mal que elas causam passa despercebido. Diluímos no cotidiano, deixamos para lá, achamos que é pouco, é pequeno, mas aquele pedacinho fica martelando na sua mente, impregnado no seu coração. A solução parece simples, mas nem sempre as circunstâncias permitem. Por isso temos que encontrar em nós a melhor maneira de viver e conviver com essas presenças em nossa vida. Mas a primeira atitude é identificar. Saber de onde vem o golpe já ajuda muito. É o primeiro passo para se libertar e voltar a crescer. Repare e inspire-se!

Avaliações”

Cansei, tudo tem limite
Sei quem eu sou
E não preciso de dúvidas

Faça seu jogo
Diminua seus pares
Eu cresço na tua maldade

Você não entende respeito
Você me toma por tolo
Tua ignorância me espanta
No menosprezo que te cerca

Farei o máximo para que se cale
Mas se te coçar a língua
Que seja um grito no vácuo
Na indiferença que merece


Ass: Danilo Mendonça Martinho

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Sobre o Dever

Acho que todos nós em algum momento da vida olhamos em volta e percebemos que a maior parte das nossas atitudes, a maior parte do nosso tempo, nossos pensamentos e ações, estão todas dedicadas para as coisas que precisamos fazer. Quando tudo vira obrigação a tendência é que aos poucos vamos perdendo o gosto, esmaecendo na paisagem, diluídos na rotina. Mas a vida também é a arte de se reinventar sempre. Ela não precisa muito, são atitudes simples. Variar o caminho até o trabalho, abrir todas as janelas de manhã, ver o que pode encaixar no seu dia a dia para se sentir em paz, se sentir melhor. Olhar para o que faz e ver que está dentro de um todo, enxergar que o agora é pedaço de uma felicidade em construção. Sempre teremos que encarar deveres, mas é completamente diferente quando o fazemos com propósito. Inspire-se! 

"Burocracias" (07/05/2018) 

Hoje o tempo me alcançou
Tomou as pernas
Pesou nas costas
E acabou no coração

Esse suspiro que não me deixa
Essa hora que não dá trégua
Esse tanto que fica para amanhã
Traduzem o gosto do fracasso

Vontade de fechar os olhos
Mas descansar o corpo
Nem sempre cura a alma
Ela precisa se libertar

Da mesma forma que acaba
O tempo é infinito
Me mata nessa espera
Me exausta nessa luta

Não posso ser apenas esperança
Tenho que ser algo que faça
E mesmo que o tempo me engula
Vai sobrar alguma felicidade

Ass: Danilo Mendonça Martinho

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Sobre âncoras

Eu ainda tenho a perfeita consciência do sentimento que levou ao poema a seguir. Poderia dizer que traz medo. Poderia vislumbrar um perigo. Ninguém quer sentir dor, angústia, raiva. Só que olhando bem a minha consciência dessas palavras transformam o meu agora em algo transparente, palpável, possível. Quando temos o exato conhecimento das nossas barreiras, sabemos para onde seguir. Pense na palavra "amarra". Amarrar é prender, neste caso prender a si próprio em pessoas, condições, sonhos, resultados, fins, e inúmeras outras expectativas. É depender de coisas fora de seu controle, e muitas vezes se deixar levar. Avalie bem a sua vida e veja ao que está amarrando a sua felicidade, pois pode ser exatamente o que te impede de ser. Consciente das amarras, o próximo passo é ser livre. Inspire-se!

"Amarras" (04/05/2018) 


Eu errei, mas isso não me define
Eu sei tudo que já passei
Do passado ninguém me tira nada
Eu trouxe comigo o melhor que pude
Que seja para você aquém
Que jogue tudo pro alto
Que me julgue pela parte
Eu não deixo de ser inteiro
Mudei? Me deixei levar?
Acreditei nas suas verdades
Acreditei tempo de mais no meu fracasso
Limitado, impotente, incapaz
Lamento ter perdido a voz
O ímpeto e até a confiança
Lamento pois foi por você
Eu me diminui
Eu deixei de ser
Não adianta tapa na cara
Não adianta desdém ou desgosto
A minha realidade está no espelho
Só que agora eu digo, nunca mais
Por ninguém jamais


Ass: Danilo Mendonça Martinho