domingo, 28 de fevereiro de 2010

“A conquista” (22/02/2010)




Uma imagem
Uma essência
Um sorriso
Uma verdade
Um poema
Uma memória
Um gesto
Um encontro
Um olhar
Um engano
Uma ideologia
Uma promessa
Um sonho
Uma utopia
Uma viagem
Uma casa
Um dia de chuva
Uma briga
Uma palavra
Um inconsciente
Uma decisão
Um suspiro
Uma insanidade
Uma coragem
Um abraço
Um carinho
Uma música
Um adeus
Basta se apaixonar
Uma vez que seja
O motivo não fará diferença

Ass: Danilo Mendonça Martinho

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

“Quando o dia esclareceu” (15/02/2010)




Foi uma caminhada fria
Cheia de perigos sentimentais
Não sabíamos onde estávamos
Falaram através de sussurros
Arriscaram alguns segredos
Os destinos chamavam
Mas negligenciamos os rumos
Estendemos a experiência
A vida se apresentava
Um novo bit de cores
Mas logo tudo partiu
Estreitaram laços de amizade
Cruzando suas experiências
Boas verdades e um cansaço
Maior que imaginado
Há quem ainda lute
Tínhamos a certeza em nós
O trem esvaziou-se
O sol invadiu as janelas
Era hora de voltar
Subi a trilha sem pressa
Já não queria mais pensar
O dia estava completamente claro
Como nunca havia antes

Ass: Danilo Mendonça Martinho

domingo, 21 de fevereiro de 2010

“Sem Maquiagem” (12/02/2010)




Prefiro os rostos sem máscaras
Um par de olhos sinceros
Uma alma cheia de histórias
A decisão de ser única

Tem algo nestes seres
Peculiarmente interessante
Algo de mistério e de perigo
A mulher impossível

São sorrisos pontuais
Olhares oniscientes
Completa de certezas
Um coração protegido

Não querem atenção
Chamegos ou declarações
Apenas o silêncio ao saber
O amor nas entrelinhas

Estarei sempre despreparado
Mas insisto na conquista
Prefiro a nossa chance
Contra todas as outras

Ass: Danilo Mendonça Martinho

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

“Sempre Ela” (09/02/2010)




Ela te coloca por maus bocados
Alegrias desenfreadas
Tempestades sem fim
Testa, duvida, descarta
Invariavelmente volta atrás
Confunde, brinca ou desconhece
Enlouquece qualquer razão
Toma tuas palavras
Não perde discussões
Ensina, desiste e não admite
Some sem explicação
Faz mudanças sem avisos
Bagunça o quanto for necessário
Adora uma surpresa
No último minuto, no fim de noite
Gosta de ter o controle
E de instigar tua decisão
Provoca de pirraça
Para ver se tem trapaça
Se o amor não é em vão
Esconde, foge, protege
Não tem a mínima paciência
Basta o primeiro sinal de maltrato
Brocha a flor, escurece o céu
Não volta jamais

Por isso todo cuidado
Não subestime
Não jogue fora
Não esqueça
A vida só quer teu bem
Trate-a com respeito
Pois não sabemos
O que a maré pode trazer
Ou resolver levar

Ass: Danilo Mendonça Martinho

domingo, 14 de fevereiro de 2010

“Sobras” (05/02/2010)




Não tem nenhuma lua cheia pela janela
Uma história no caminho pra casa
Algum vento noroeste
Alguma calçada rachada que seja

Não tem nenhum olhar profundo
Um beijo no meio da chuva
Um abraço de despedida
Algum desencontro distraído

Não teve nenhum sonho na madrugada
Nenhum âmago amargurado
Nenhuma mente em colapso
Algum desejo desenfreado

Não tem nenhum quadro na parede
Lençóis marcados de memórias
Um retrato no criado mudo
Alguma lembrança de um lar

Não restou nenhum papel rasgado
Uma prova de existência
Um resquício da verdade
Algum pranto solitário

A poesia partiu antes do amanhecer
Deixou a chave no chão e a porta aberta
Esvaziou o armário e uma vida
E jamais olhou para trás.

Ass: Danilo Mendonça Martinho

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

“Quadro” (31/01/2010)




Um dia fechei meus olhos...
Virei um sonhador
Não havia nuvem
Que fosse apenas nuvem
Não havia horizonte sem história
Não havia pôr-do-sol sem melancolia
Não havia olhar sem romance
Apaixonava-me por idéias
Sorria com as possibilidades
Vivia pelos sonhos
Os dias desfaziam-se em versos
A métrica descia a rua
A rima trabalhava incessantemente
Tudo com ponto final
Nada ficava sem resposta
Não que houvesse muitas perguntas
As palavras eram certeiras
Educadas e bem vestidas
Impossíveis de se negar
Prosa ao pé do ouvido
No fim de tarde
Um abraço carinhoso
No começo da noite
Tudo que era desejo
Era esperança
Uma alma cheia de certeza
Pronta para um vôo qualquer
E principalmente cair

Até que tudo se dissipou
O céu abriu, a noite caiu
O horizonte se perdeu
Os olhares partiram
A paixão esfriou
Desfez-se a prosa
Confundiram-se as palavras
A dança ficou sem par
A cama ficou vazia
O âmago amargurado
E os pés no chão

Quando voltei a abrir meus olhos...
Virei poeta

Ass: Danilo Mendonça Martinho

sábado, 6 de fevereiro de 2010

“Relicário” (30/01/2010)




Garota do coração de prata
Disseste que teu relicário
Permanece vazio
Como é triste o vazio
É uma amargura, uma angústia
Ele não tem forma
Não tem peso, nem tamanho
Pode até ser infinito
O segredo é que ele também acaba
Basta apenas uma fresta
E que você vire a primeira página

Ass: Danilo Mendonça Martinho