domingo, 29 de novembro de 2015

“Mancada” (10/11/2015)

Cansei dessa história
Cansei da culpa
Cansei de estar sempre aquém
Cansei de duvidar
Cansei de procurar o erro no meu espelho
Cansei de me diminuir
Cansei de gastar meu tempo
Cansei de usar o meu pensamento
Cansei dessa história só ter um lado

Quero meu orgulho de volta
Quero o meu sorriso
Quero a minha paz
Quero não olhar para trás
Quero te deixar com suas verdades
Quero me livrar do desgosto
Quero teu melhor só que longe de mim
Quero que perceba as tuas falhas
Quero que compartilhe da humilhação
Quero que você perca o sono
Quero que você entenda o peso da responsabilidade
Quero que você entenda que isso significa muito mais para os outros do que para você

Ass: Danilo Mendonça Martinho

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

“Pródigo” (09/11/2015)

Quem sabe era o filho que precisava se perder
Todo mundo sabe o caminho de casa
A questão é com que cara vamos voltar

Precisamos ir longe demais
Desconhecer o nosso próprio ser
Para entender o que nos faz únicos

Tentarei me encontrar da onde parti
Onde rompeu meu espírito de vontade
A última vez que lembro de ser livre

Rezo com todas as forças por um abraço
Desejo com toda esperança um novo caminho
Espero silenciar a dúvida para nascer outra paz

Só posso lhe dizer, que siga os próprios passos
É raro não precisar buscar longe daqui
É mais fundamental ainda a coragem e sabedoria de voltar

Ass: Danilo Mendonça Martinho

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

“Um vazio na imensidão” (08/11/2015)

O papel não cria vontade
A agenda não faz compromisso
Tem algo quebrado no espírito
Ou estou muito longe de casa

Cheguei aqui para viver
Não para me deixar levar
Escondi-me atrás do leme
Perdi a força para remar

A inércia é quase um alívio
Mas no espelho só fica a dor
Um incompleto retrato
De um olhar sem calor

Não me falta vento
Me falta prumo
Não me falta sonho
Me falta fé

A promessa permanece
Uma verdade e pés no chão
O medo é não lembrar o caminho
A chance de ter sido vão

Ass: Danilo Mendonça Martinho

domingo, 8 de novembro de 2015

“Nublados” (03/11/2015)

O dia está feio
Mas beleza é questão de espelho

Pelo transparente
Há janelas fechadas
Enquanto outros simulam vida
Entre tudo de mais abstrato
A vida é uma lembrança de fundo

No reflexo
Um rosto na escuridão
Uma fresta sem luz
Um olhar sem caminho
A palavra que já começa abandonada

O dia está lá fora
A beleza está por dentro

Ass: Danilo Mendonça Martinho

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

“Tempo e Espaço” (02/11/2015)

Falamos do tempo, mas não tenho a certeza que sabemos que ele passa. O hoje parece tão natural e repetitivo que o agora parece maior que todo passado. Como este caminho pode ser mais rotineiro do que aquele de todo resto da minha vida? Será que é mais impressão do que vai ser daqui para frente que preenche o espaço do amanhã com as certezas do hoje? Olhar para trás coloca as coisas tão distantes de nós, como se houvesse uma separação real do que fomos. 

Desci as escadas um pouco mais devagar, percebendo como fazia aquilo sem sentir. São trilhos ou trilhas que percorremos? Penso que alguém já saiba onde tudo isso vai parar. O que pode fazer nossa noção de começo, meio e fim um pouco deturpada. No paradoxo de que nada pode caber num dia e não podemos deixar tudo para depois. O que é sonho, o que é esperança e o que é realidade? 

Pensei que tudo passaria rápido demais para perceber. Que alguns truques da razão me fariam acreditar que faltava pouco para tudo acabar. Os meses passaram, meu redor não parece muito diferente da promessa. Meu interior não resolveu seu quebra-cabeça. O tempo vai me alcançar e não poderei dizer como cheguei até aqui. 

Ass: Danilo Mendonça Martinho