quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

“Partido” (22/01/2015)

Jamais irei embora mãe
Há comigo o que não é genético
O caminho de volta para o amor
Serei em qualquer lugar da vida
Tudo que aprendi ao seu lado

Agora eu sei como levantar paredes
Quero plantar meus sonhos
Quero me responsabilizar por outro coração
Preparar carinhos toda noite
Deitar sempre em paz

Mas não despertenço de nada
Meu futuro fará parte do passado
Seremos eternamente este abraço
Seremos sempre este encontro
E jamais esqueceremos o beijo de boa noite

Ass: Danilo Mendonça Martinho

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

“Em frente” (22/01/2015)

Quando nos sentimos no passado de nossa própria vida, estagnados, sem perspectivas e temos apenas um emaranhado de sonhos na nossa frente; Sinto-me numa prisão. Não conseguimos fluir, não encontramos vontade, os dias nos são extremamente indiferentes. A única coisa que permanece é a dúvida: Será que podemos fazer mais? O que estamos deixando passar? Qual sinal não soubemos ler?  
Só que aqui aprendi uma coisa. A diferença entre o fardo e o incômodo. O fardo cansa, fugimos, precisamos sem querer, fazemos sem precisar. Já o incômodo te move. É o que não conseguimos deixar de lado, o que queremos melhorar, o que queremos ver crescer, o que queremos fazer mais, o que eventualmente pode lhe tirar da cama pela manhã. 

Quando todo resto te consome a saída é apenas uma fresta. Mudar pode exigir tudo de você. 

Ass: Danilo Mendonça Martinho

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

“Não feche seus olhos” (20/01/2014)

Eu não devia saber significados, não que hoje tenha muito o que explicar, só que a beira da minha janela era meu esconderijo. Uma época onde os minutos admirando o céu azul e deixando a cabeça livre não geravam culpa. Depois de criança toda pausa tem que ter porque. Mas segue dentro de mim a janela aberta de frente para este mundo de contrastes. O que cabe entre a árvore e o concreto? Nem tudo é céu. Tento preencher de sonhos, mas há tanto que não está em nossas mãos. É preciso se projetar no infinito para se sentir parte deste todo. É preciso estar distraído o suficiente para pensar em nada. É preciso libertar sua consciência da culpa. Ninguém pode te prometer o horizonte, apenas a janela. 

Ass: Danilo Mendonça Martinho

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

“Nada feito” (19/01/2014)

Que tal fazermos um negócio?
Eu tiro da mesa os sentimentos
Eu tiro da cama o coração
Eu tiro das palavras a alma
Tua consciência então fica livre
Teu corpo mais uma vez entregue

Façamos eu e você um trato
Que o beijo seja um instrumento fútil
Que a emoção se consuma por completo
Que a voz possa ser esquecida
E por favor, não adormeça ao meu lado
Seja breve como nosso orgasmo

Fica aqui a minha garantia
De total e completa indiferença
Deletar todos seus contatos
Cobrir nossa história com uma mentira
Não pedir uma segunda dose
Deixar-te, reconhecido firma,
Um vazio

Quando se recusa, fico em dúvida
Falta-te coragem, ou sobra-te amor.....

Ass: Danilo Mendonça Martinho

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

“Lar” (18/01/2015)

Como se colocar onde se pertence?
Coração tem lugar?
Alma tem casa?
Teu sempre reside atrás de qual porta?

Faz dias que vivo onde nunca vivi
Como, durmo, trabalho e cuido
Olho pela janela e ponho livros nas estantes
Ouço música e faço janta
Minha mudança foi apenas as coisas de lugar
Não me sinto estranho. Não me sinto deslocado
Meu âmago permanece intacto
Você me confessou que sou tua constante
O que faz destes quartos parecerem familiares
Eu descobri que você é minha constante
Que faz de qualquer lugar nessa vida....nosso

Ass: Danilo Mendonça Martinho

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

“Despertar” (16/01/2015)

Uma vez tímida
A luz vence as frestas da persiana
O calor deste verão
Faz da preguiça matinal algo impossível
Procuro teus olhos
Sempre profundos mas por hora fechados
Minha mente não sabe estar só
Inventarei mil palavras antes que acorde
O cômodo vazio
Tudo ainda está a espera de memórias
Ainda estou acordando
Deste outro lado da vida onde sou nós

Ass: Danilo Mendonça Martinho