segunda-feira, 2 de novembro de 2015

“Tempo e Espaço” (02/11/2015)

Falamos do tempo, mas não tenho a certeza que sabemos que ele passa. O hoje parece tão natural e repetitivo que o agora parece maior que todo passado. Como este caminho pode ser mais rotineiro do que aquele de todo resto da minha vida? Será que é mais impressão do que vai ser daqui para frente que preenche o espaço do amanhã com as certezas do hoje? Olhar para trás coloca as coisas tão distantes de nós, como se houvesse uma separação real do que fomos. 

Desci as escadas um pouco mais devagar, percebendo como fazia aquilo sem sentir. São trilhos ou trilhas que percorremos? Penso que alguém já saiba onde tudo isso vai parar. O que pode fazer nossa noção de começo, meio e fim um pouco deturpada. No paradoxo de que nada pode caber num dia e não podemos deixar tudo para depois. O que é sonho, o que é esperança e o que é realidade? 

Pensei que tudo passaria rápido demais para perceber. Que alguns truques da razão me fariam acreditar que faltava pouco para tudo acabar. Os meses passaram, meu redor não parece muito diferente da promessa. Meu interior não resolveu seu quebra-cabeça. O tempo vai me alcançar e não poderei dizer como cheguei até aqui. 

Ass: Danilo Mendonça Martinho

Um comentário:

  1. Tudo pode acontecer, inclusive nada. E é isso que nos mata.

    Trilhos ou trilhas? Eu gostaria de ter as paisagens de um trem.

    Um abraço querido, poeta!

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