quarta-feira, 8 de outubro de 2014

“Despedida” (16/09/2014)

Me apaixonei pelas entranhas do sentimento
Pela diferente perspectiva dos seus olhos
Da entrega plena as mazelas de querer
Do tempo indeterminado dos amores e das dores
O mergulho pelos pesares em suas profundidades
A distância do mundo em minhas particularidades
Há uma parte de nós que sempre será extremamente só

Querer estar sozinho não é um problema
Mas encontro muita coisa fora do lugar
Coisas que chegam até a flor da pele
Percepções fora de qualquer proporção
Uma correnteza que não leva, puxa sem cessar
Encontro-me com inúmeros cenários familiares
O mundo onde tudo ficava aquém

Chorei neste chão, me apoiei nessas paredes
Tudo me parece muito tempo atrás
Aqui aprendi a ser livre para poder ser feliz
Meus cantos mais escuros me ensinaram a paz
Minhas recorrentes lamentações deram lugar a fé
Alguém acreditou em mim antes que eu pudesse
Então depositei a esperança em mim e nos meus desejos
Com o tempo, fiel à minha alma, a felicidade me encontrou

O caminho para fora de si não se esquece
Também não é fácil deixar o que sempre fomos
Deixo-me abalar pelos incômodos da rotina
Martirizo minha insuficiência nas conquistas
Dramatizo o cotidiano com novos enredos
Até hoje descobrir que não preciso mais ser
A palavra não precisa de dor para existir

Melancolia, companheira de longa data
Sei que ainda venho te visitar
Mas jamais novamente para ficar
Preciso muito mais da minha paz
Preciso caminhar com meu peito leve
Aproveitar todo sorriso que posso
Sinalizar para que a felicidade saiba para onde voltar
Entender que não preciso mais estar aqui

Ass: Danilo Mendonça Martinho

Um comentário: