quinta-feira, 3 de março de 2011

“Sarau” (01/03/2011)

Comecei meu discurso
Palavra por palavra
Desfilaram pelo âmago
Caminhavam para o abismo
Sem certeza de uma volta

Despediam-se cordialmente
Levavam suas dores na bagagem
Mas deixaram lembranças
Como quem planta rosas
Viverei com os espinhos

Na completa ausência
Fui embargando a voz
Descobri tarde demais
Que me faltava significado
Até mesmo pro amor

Calei meu último verso
Procurei por um olhar
Todos mergulhados em expectativas
Mas nenhuma reciprocidade
A solidão não pedia palavra

Assim deixei o palco
Sem vaia e sem aplauso
Sem verso e sem rima
Respeitei o silêncio
Do que já não sentia

Ass: Danilo Mendonça Martinho

9 comentários:

  1. Já caminhei muito pelo abismo, sem a certeza de uma volta! Adorei. Danilo, como sempre me surpreendendo e trazendo lembranças, rs. Abraço.

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  2. Deixar o palco quando o real significado do amor some é a melhor alternativa. Quem sabe não a mais prudente, talvez, nem mesmo a correta. Mas é o que sabemos fazer... apenas o que sabemos!

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  3. Quantas vezes já deixei o palco de cabeça baixa, sem coragem de olhar pra trás.

    Gostei da reflexão.

    Se cuida!
    Bjs

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  4. O verdadeiro teatro da vida...
    Às vezes o palco não faz sentido!!
    Beijos, meu querido!!!^^

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  5. Amei teu blog gostei tanto que resolvi ficar to te seguindo bjos;* bom carnaval.

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  6. Linda reflexão. E sua escrita é muito bonita...
    Beijos

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  7. O silêncio, por vezes, é a melhor alternativa. Senão uma saída, para não se deixar afogar por aqueles versos que já deveriam jazer no fundo de uma garrafa lançada ao mar.

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