domingo, 5 de abril de 2009

"Retóricas" (19/03/2009)



Meus sonhos seguem passando
Como água numa cachoeira
Minha mente é um filme 24 horas
Pequenas felicidades e outras tantas tragédias
Meus olhos não estão nem perto da realidade.
Deixo-me carregar cada vez mais longe
Deixo escapar entre meus dedos
Algo que estava a centímetros do meu rosto
Um beijo, um abraço, uma verdade, uma coragem.

Enganam-se aqueles que acham que quero mudar tudo
Não há nada de sensato em mudar passados
São minhas próximas decisões que mais me corroem
Estas sim me farão feliz
E se eu já sei tudo que quero
Mas não posso convencer ninguém disto?
Até que ponto seria válido o fazer?
Até que ponto vale como concreto?
Não seria apenas uma ilusão argumentar um sentimento?
Defendê-lo em praça pública e tribunais
Não seria em vão ter um aval da justiça?
Não estaria apenas invadindo um coração?
Certas coisas se devem apenas sentir.

Eu sinto além do que devo, além do que posso
Muitas vezes mais que suporto
Tento descarregar tudo em palavras
Elas levam a sinceridade que me livro sem pudores.
Sinto que sentimentos provoquem tanto medo.
As máscaras não me servem
Encontrei algumas coisas dentro dos meus princípios e vesti.
Mesmo assim a essência não muda.
Seguirei ímpetos ou segurarei vontades?

O telefone está a um dedo de distância
Programo minhas atitudes
Coisas que faria agora sem pensar duas vezes
Mas penso por horas a fio.
Tento construir uma ponte
O abismo por vezes me vence
Não há jeito de chegar do outro lado
São mais alguns passos em falso
Tudo então se acaba em medos, dores,
Memórias, imaginações e tempo
Resta contigo apenas suas crenças
Acredita o suficiente em si mesmo?...
O céu não vai se abrir
Ninguém vai lhe sussurrar um segredo
Muito menos terá uma visão.
Será você e tudo que há de carne, osso e âmago
Será só você.

Nunca soube o que dizer a um sonho.
Já me disseram tantas coisas sobre isso.
Tento ainda aprender.
Poderia, talvez, entender.
Mas nenhuma pergunta faz mais sentido.
Já estou abismo abaixo.

Ass: Danilo Mendonça Martinho

Um comentário:

  1. ...o infinito abismo. O céu parece tão vazio!

    Os ímpetos surgem para as (e das) vontades, aliás!

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