quarta-feira, 15 de abril de 2009

"Clamo" (15/04/2009)



Manifesto-me com suave impressão...
Olhos famintos me esperam
Ávidos de emoções
Uma declaração comedida
Leves palavras amorosas
Proclamariam-se satisfeitos

Escrevo à beira de expectativas
Debato como completar
Debuto alguns sentimentos
Ações expandem-se
Quero gritar ao mundo
Quero presenciar ao sonho
Quero tanger à tua pele

Ainda ecôo
Não cruzas meus caminhos
Esquiva-se elegantemente

Tudo em essência seriam versos
Arrisco dizer: indignos
Sinto que mereça o mundo
Mereça teus ouvidos,
Mereça contar um romance,
Sinto que demandam mais.

A recusa de se transcrever,
Também é minha recusa
Este gracioso abraço;
este delicado segurar de mão;
este beijo excitante;
este breve desejo que permeia meus dias
Não permitirei que carreguem o fardo
Das páginas amareladas de meu caderno

Deixo este tribunal por desacato
Não defenderei minha causa
Aqui, argumentos seriam em vão
Não preciso lhe traduzir
Esta, a única razão do meu silêncio
Faz parte de toda bravura
Depois lhe escrevo em uma memória
Mas enquanto permanecer sonho
Não posso...

Se dormisse ao meu lado
Fechariam-se nossos olhos...
Não devo!
A madrugada já é despedida
O Sol levanta-se em breve
Pretendo vislumbrar no horizonte
E sussurrar ao pé do ouvido:
...Hoje, lhe declamo.

Ass: Danilo Mendonça Martinho

2 comentários:

  1. Querido poeta da colina, não faça do silêncio suas palavras; não se esqueça que a montanha-russa é uma celebração da gravidade que termina em um linha reta. As inversões desta, são a declaração de amor dela.

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  2. Pois é, tenho uma relação contraditória com a chuva...
    Gostei do que li por aqui. Espero que escreva sempre nas páginas amareladas de seu caderno.

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