segunda-feira, 28 de julho de 2014

“Crer, sentir, viver” (25/07/2014)

Sou feliz
Crer foi meu primeiro sinal
Palavras não me faltam
Mas sim a coragem de dizer ao mundo
O temor do olhar alheio
Sobre tudo que nos faz bem
Nos vestimos de problemas
Para proteger a alegria
Passamos a vida a buscar
E disfarçamos quando podemos sentir
O que a felicidade ofende....
Por que o sorriso não contagia....
O melhor de nós fica entre paredes
Deixamos de brilhar para o mundo
Não irrita querer ser feliz
Incomoda chegar lá
Mas a existência deste lá
Não deveria ser motivação para seguir?

Sou feliz
Sentir foi meu segundo passo
Uma espécie de liberdade
Remar contra a corrente
Descobrir-se no impossível
Ignorar o senso comum
Abraçar quando me disseram para fugir
A perda de fé também quer adeptos
Eu sei porque também não acreditei
Apenas a tentativa de ser feliz
É uma ameaça a todos que ainda não conseguiram
Nos dividimos entre os que tentam
E os que se irritam com o sucesso destes primeiros

Sou feliz
Viver foi meu melhor gesto
Minha palavra não pareceu mais solidária
Somos vítimas de uma matemática improvável
Há muito mais dores atrás dos olhos
Boa parte é mais costume que realidade
Mesmo assim eu apelo para que não se conforme
Todos podem e tem o direito de ser feliz
Não queira, não seja menos do que isso
Eu gostaria que a alegria fosse tratada melhor
Sem inveja ou sem tanto descrédito
Não omitir seus meandros mais lindos
Mas eu sei, o choro só quer um semelhante
Não quero trazer apenas uma promessa
Então trago duas palavras
Encontrei-as no meio de minha melancolia
As primeiras indicações de uma saída
Não acreditei em mim, acredite em você

Sou feliz

Ass: Danilo Mendonça Martinho

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