segunda-feira, 14 de julho de 2014

“A idade” (10/07/2014)

Ônibus sobe a Lins
Nenhum ônibus sobe mais a Lins
Assim se fecharam as portas do passado
A senhora permaneceria na espera
Pelo ônibus que não viria

Subimos a Lacerda, não serve, vou embora
Decidiu o motorista sem explicar
Mas também não entende a senhora
Ele não sabe como o tempo passa diferente
Como é difícil mudar quando se foi a vida toda

Faz tempo que mudou
Impossível ela não saber
Indagações e comentários tardios
Tínhamos partido sem dar chances
Nenhum tempo faz mais do que ela
É um desrespeito que passe sem lhe dar atenção
É insano a pressa que deixamos tudo para trás

Tenho pouco tempo aqui
Penso que também não sabia
Envelhecer não são as nossas mudanças
São as mudanças que desconhecemos
Tudo que nos deixa parados no ponto

Ass: Danilo Mendonça Martinho

Um comentário:

  1. ''É insano a pressa que deixamos tudo para trás''

    Essa frase definiu todo o poema.
    A pressa nos escraviza, e até gostamos.

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