quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

“Longe, tudo, já não será”

Você está pensando no agora
Cercado de memórias
Inundado pelo próprio pranto
Ainda com o calor do aconchego no rosto
Não vai enxergar o horizonte
Não vai enxergar o próprio nariz
O passado tomou conta
No minuto que decidiu partir
Tudo que achou que ia levar
Terá agora de ter fim
Mais uma caixa no maleiro
A vida passa pelos olhos
Não é preciso morrer
Basta o amor
Serão reveladas as feridas e o vazio
O infinito é maior que a alma
Como queremos caber?
É que o sentimento não tem fim

Espere pelo depois
Cada palavra é um vazio a menos
Cada passo é uma imensidão
Descobrirá o espaço dentro de si
Tudo que deixa de crescer
Um dia cabe na palma da mão
Aquele amor que era envolto em dor
Vira uma pequena felicidade
Destas que se pega de lembrança
Para tudo que acaba nesta vida
Existe uma distância

Ass: Danilo Mendonça Martinho

5 comentários:

  1. Para tudo que acaba existo um oco também, cheio de eco.

    Poeta, aproveito para agradecer os comentários sempre completos no meu blog.

    Beijos

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  2. Coisa mais bonita e profunda, parabéns!

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  3. ''Tudo que deixa de crescer
    Um dia cabe na palma da mão

    Para tudo que acaba nesta vida
    Existe uma distância''

    Impecável como nunca deixou de ser.
    Obrigada por escrever o que eu não consigo.

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