quinta-feira, 5 de julho de 2012

“Ímpares” (04/07/2012)

Completar-se é apenas uma peça do quebra-cabeças neste mundo. Construímos nosso lar, preenchemos seu vazio. Mas do outro lado da janela do trem, na plataforma dos sentidos opostos seguem os desencontros. Almas que seguram mãos sem saber porque. Rostos que não se tocam, pessoas que se conformam. Não canso de ver desembarcar desilusões, trocando lugar com a solidão. A espera pelo sonho. Constante, cruel, fria, rotineira. Corpos recostados pelo tempo, olhos perdidos no fim do túnel. Há tanto sentimentos aguardando pelo encontro errado. Gostaria de vê-los embarcar sem destino, livres de dúvida. Mas essa liberdade é utopia. Eu parti, mas na procura de me reencontrar. Todos queremos um par.

Em algum nível o mundo sempre permanece aos pedaços.

Ass: Danilo Mendonça Martinho

3 comentários:

  1. E ser ímpar é não ser completo. Contraditório querermos compartilhar o amor que ainda é pouco para nós mesmos?
    Porque meu amor por mim mesma é ralo, necessito que alguém me ame por mim.

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  2. Em "ÍMPARES" o Poeta fez um par, o encontro certo com a poesia.Beijos no coração!

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