quinta-feira, 15 de março de 2012

“O primeiro eu” (12/03/2012)

Juro que foi aqui
Entre essas mesmas grades
Enxerguei a vida
Respirava um ar de chuva
Sonhos suspiravam no asfalto
E ao céu rogava minhas aflições
Abracei inúmeros silêncios
Havia alguma paz na imensidão
Ali ancorei-me
Coisas que jamais me deixaram
Não eram verdades imutáveis
Não eram princípios conservados
Foram caminhos que escolhi
Destinos que voltei a mudar
Partindo dos sinais daquelas noites
Adiando o fechar da janela

Aquele parapeito não é tão longe daqui
Não penso que sobrevivi
Apenas me criei

Ass: Danilo Mendonça Martinho

6 comentários:

  1. E por saber que não vivi
    E por saber que não morri
    E que apenas me criei
    Daquele parapeito então eu pulei!

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  2. Não sei se sou eu que estou num momento pessoal "de cortar os pulsos" e enxergo o tema "suicídio" em tudo que leio, ou realmente se trata disso.

    De qualquer forma, me identifiquei com a poesia... temos que seguir em frente, continuar a viver! A ideia é essa ;)

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  3. Acho que não sobrevivemos, renascemos a todo instante das lágrimas e sorrisos.

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  4. Metamorfose em retrato de palavras, abrigo de beleza.

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  5. Sim, é preciso nos criar, o tempo todo, ser novo, numa metamorfose constante para que os sonhos desabrochem sempre no canteiro do nosso ser.Procurar novos recursos, explorar o que o mundo nos oferece de mais belo e engrandecedor, pessoas verdadeiras, boas leituras, bons cinemas, bons teatros, boas músicas, boas viagens, idealizar bons projetos, concretizá-los e realizá-los.É assim que podemos enxergar a vida sem grades.bjos.

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