domingo, 4 de outubro de 2009

“Melancolia Poética” (02/10/2009)




Tudo que o vento leva
Tudo que um sorriso traz
As mentiras desmascaradas
Os segredos nas suas verdades
Volta-me a arranhar o peito
Volto quando deveria ir
Olho-te em última esperança
Olho-te por não conseguir desviar
Tua alma carrega a poesia
Meu corpo então se entrega
Mas quando as memórias chegarem
Mas quando tua imagem perder a cor
Apenas então terei um verso
Apenas terei uma prosa sem romance

Conformo meus desejos
Conforme me cai a realidade
A solidão nas alianças alheias
A alegria que não encontrei
Amarguro aos meus passos
Amargo minha visão
Tiro do próximo a liberdade
Tiro no escuro do amanhã
Invento pretensiosas filosofias
Invento meu próprio saber
Mas nada construo
Nem mesmo um breve reflexo

Destrato meus sonhos
Descarto possibilidades
Esfrio todas situações
Desacelero o coração
Deixo meu acaso ao destino
Desleixo, despropósito
Chame do que quiser
Pode tentar Amor

Não quero entrar em minúcias
Não quero discutir valores
Os meus limites
Os seus limites
Jamais farão fronteira
Sempre serão absurdos
Por mais que nos corroa
Por mais que exista
Reconheci-me em ti à toa
Pois agora hei de te esquecer

De nada adiantou as poesias
De nada adiantou o pôr-do-sol
Poderiam existir inúmeras flores
Poderíamos jantar a luz de velas
As estrelas virem a cair do céu
Teus desejos serem atingidos
Escolha teu melhor vestido
E vou com meu melhor terno
Completaríamos a fotografia
Particularmente enquadrados
Inevitavelmente imperfeitos

Toda beleza traz um pouco de saudade
Toda alegria traz um pouco de tristeza
Todo amor traz um pouco de indiferença
Assim como viver traz a morte.

Ass: Danilo Mendonça Martinho

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