quinta-feira, 16 de junho de 2016

“Fra(n)quezas” (15/05/2016)

Um dia uma garota que conheci, e digo garota pois isto era o quão jovem era meu coração nos romances, me disse não, me disse como tantas outras em um silêncio e distância dos quais me escapou de qualquer palavra em um ato covarde de ver uma paixão passar como se fosse uma tempestade lá fora, esperando algum tempo bom. Foi neste silêncio que te conheci, foi na esperança desmedida de ser feliz que te encontrei, não foi a ideia de permanência, mas de me desentrelaçar dos meus conceitos, de liberdade, que abracei o teu beijo e teus braços. Foi a ideia de me permitir, sem procurar as consequências. Confesso que fui ingênuo. Como meu garoto coração ainda o era. Você partiu e com medo que ficasse alimentando nosso momento como algo contínuo, tentei evitar as palavras, tentei me desviar do compromisso, tentei da mesma forma covarde me esconder de um coração que conquistara. Ciente do pecado, ou envolvido na solidão, mergulhei. Pois se alguém que vivia ao meu lado, aos meus abraços, as minhas palavras e sorrisos não me queria.....existia alguém que a milhares de quilômetros, depois de poucos dias, sem saber muito mais do que meu nome e poesia, estava disposta para uma paixão. Mergulhei, e mergulharia de novo. O meu erro foi manter meu plano só para mim. Eu estava ali tentando viver aquela paixão, tentando ser feliz em vez de apenas me lamentar. Existia alguém que me queria e por que não tentar viver o romance? Eu vim a descobrir, que o amor de um lado só não sustenta duas pessoas. Eu juro que quis que fosse minha saída da melancolia, que fosse o caminho para felicidade, para o amor idealizado. Mas não era, simples como foi te encontrar, também te perdia, e me cabia a árdua missão de trazer a tona e a consciência o final daquela história que mergulhei de cabeça, e te levei junto, mas só eu sabia que poderíamos atingir as pedras e não o mar. Terminei de uma maneira que contornasse essa verdade e a falta desta sinceridade veio a me perseguir meses depois quando apareceu na porta de casa, ainda tentando, ainda ligada aquela ilusão que inadvertidamente criei. Fui cruel, fui pequeno, fui vil, como todo dia alguém já foi, mas jamais vão querer admitir. Fui um qualquer, fui um clichê, fui uma emoção arrependida transformada em uma raiva cega e no desespero de encontrar um ponto final. Não espero te encontrar. Não estou pedindo desculpas. Pois hoje meu homem coração está amadurecido, mas foi porque um dia o garoto cometeu os seus erros. Erraria contigo de novo, pois foi bom, embora tudo que tenha feito de ruim, embora toda mágoa, eu aprendi, eu cresci e vivi aquela paixão. Não quero te tirar a tristeza, nem te causar nenhum perdão. Quero na verdade até que me odeie, que me seja indiferente, que trate ao desgosto. Mas que faça pelos motivos certos. 

Ass: Danilo Mendonça Martinho

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