sábado, 6 de dezembro de 2014

“Crescer” (29/10/2014)

Sempre queremos mais
Numa busca sem limites pelo melhor de nós
Uma pressão diária e sufocante
Até que um dia nos vemos no deserto
Sem saber exatamente o que já somos
Longe de tudo que sonhamos ser
Sem uma real perspectiva de propósito
O constante sentimento de se sentir insuficiente

Nossos próprios sonhos podem nos diminuir
Fazer com que deixemos de nos reconhecer
Cada erro parece um desvio sem volta
Todo dia, sem saber exatamente o quê, algo nos vence
E nem mesmo o papel de vítima nos serve
Um desgosto por se ver fraco
Incapaz de lutar contra a própria inércia
O mundo pode ser devastador
Mas a falta da força de vontade mata

É preciso parar diante o espelho por dias
Separar o que é, de tudo que pretende ser
Reencontrar dentro de si o caminho e não a fuga
Algo que nos recorde o quanto já somos felizes
Entender que certas coisas apenas nos rodeiam
E que tantas outras são as que nos tornam completo
Querer mais não significa que já não temos tudo que precisamos
Somos do tamanho da vida

Ass: Danilo Mendonça Martinho

3 comentários:

  1. Sempre penso que debates geram ideias, que o atrito gera movimento, esse mundo que invariavelmente nos vence no fim também proporciona um campo imenso, infinito como a mente, para reinventarmos tudo que já tivemos naquilo que teremos..

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  2. Na busca de um equilíbrio impossível vamos sendo...

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  3. ''E nem mesmo o papel de vítima nos serve...''

    Essa frase resume o poema todo.

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