quinta-feira, 7 de abril de 2011

“Ensaio sobre a solidão” (04/04/2011)




A maior probabilidade é que nada permaneça. Todo desejo se consome, todo sonho acorda, amor também acaba. Por mais que nasçam horizontes a esperança esvaziará quartos e armários até apenas sobrar a luz acesa na varanda. Sei que ninguém será capaz da minha realidade e que a culpa não terá dono. Sentarei a beira da janela por costume, sem mais esperas. Caberá lembranças, mas jamais presenças, o âmago é um lugar de passagem.O que escolher não me deixar apenas fará de minha morada um lugar mais só. Temo e conforto esse futuro de que no fim ninguém possa ficar. Há escolhas que sempre defenderemos sozinhos. Há princípios que não mudam e há uma grande parte que temos que abrir mão. É possível que ninguém entenda minha busca por liberdade, que minha falta de máscaras passe por maldade e que siga o caminho de casa sem companhia. São os riscos de defender uma bandeira, de ser um único a levantá-la. O querer não é algo comum, talvez até seja pessoal demais e não vou abandoná-lo. São as escolhas e sempre serão elas a trilhar o caminho, como não posso garantir as alheias, a solidão fica como certeza.

Quero felicidade e não farei concessões.

Ass: Danilo Mendonça Martinho

10 comentários:

  1. Eu não tenho muitas respostas e as que tenho são impermanentes...

    Mas sei o que quero felicidade e que também não farei concessões.

    Beijos pra ti, poeta!

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  2. meu desejo de felicidade é variável... sempre descubro novas coisas que podem me fazer feliz.

    quando estou comigo não me sinto só. solidão é quando estou com muitos, mas eu não estou presente.


    =)



    bjsmeus

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  3. Eu quero sempre a felicidade.
    Sem concessões, nem nada pré destinado...
    Eu a busco e é isso que enriquece de luz!

    Bjos,Poeta da Colina!

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  4. Lindo!!!! São as escolhas e sempre serão elas a trilhar o caminho, como não posso garantir as alheias, a solidão fica como certeza.

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  5. E não importa se tens um motivo peculiar para não acender a tua luz interna. O que nos move é a esperança, mesmo que ela se distorça por entre as agonias e tempestades emocionais. Cabe a essa solidãozinha libertar os pedaços de alegria contido nos olhos.

    Fantástico. beijo pra vc

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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  7. "O mundo não é, o mundo está sendo". Pensar assim indica que os processos são um fim em si mesmos. Não há princípio, nem patamar a atingir. Há somente o Agora continuamente.

    Somos sós, você está certo, mas não devemos estar sozinhos. O outro, mesmo que não partilhe dos mesmos ideiais, tem papel importante a exercer na minha trajetória.

    Gostei do ensaio.

    Proponho apenas o seguinte: fazer concessões não pode ser razão de grande felicidade?

    Pense.

    Um abraço.

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  8. Dos textos que vão tão fundo que nos fazem chorar... Indentificação imediata, em palavras que eu não saberia escrever.

    Parabéns, Danilo!

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  9. Buscar e escolher demais implica em nem conseguir ou perder aquilo que se deseja.

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  10. A solidão é meu silêncio, minha segunda pele, meu som interior, minha sombra. bacio

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