domingo, 6 de junho de 2010

“Me Perdoa” (26/05/2010)




Fui descuidado com as palavras
Logo eu, que se diz poeta
Não coloquei os sentimentos na balança
Como que sem escrúpulos
Como um outro qualquer
Atirei um coração ao papel
Nunca imaginei poder ferir
O que só aumenta minha culpa
Transgredi uma inocência
Não quero mais salvação

Mas se de algo servem meus versos
Que ao menos teus olhos
Que ao menos a tua alma
Possa me desculpar antes de partir
As nossas verdades que omiti
As ilusões que alimentei
A liberdade que nos tirei
Prendi nosso amor em um papel
E nossas rimas ficaram aquém

Neste último momento
Enquanto a chama se extingue
Enquanto a porta permanece aberta
Peço uma gentileza final
Não me veja partir
Perdoa teu coração
Pela alegria de ter amado
Um poeta sem métrica
Uma rima sem razão

Ass: Danilo Mendonça Martinho

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