Juro, me chamou. Pelo apelido como outras vezes. Fazia tempo que não olhava para trás. Penso que talvez tenha me esquecido demais dentro de mim, sorrisos que não consigo mais achar. Busquei por você sem procurar o passado, apenas a verdade. Uma senhora descia a escada rolante e mais ninguém, nem ali, nem na outra entrada. Insisti por alguns segundos acreditando que logo te reconheceria por trás de algum corpo. Quando continuei meu caminho a voz continuou, mas conclui que minha mente me pregava peças, que não era meu o chamado.
Foi tão natural virar e procurar-te, como se fosse um aviso para cuidar da tua memória. Amedronta-me tudo que posso esquecer. Cicatrizes das quais não vou saber dizer onde cai. Pondero meu caminho e suas negligências inevitáveis, lamento o que neguei e as palavras que calei, mesmo assim foi nestes passos que me construí e se hoje olhei para trás sem medo ou remorsos, é porque encontrei paz. Não espero que aceite, mas entenda. Quem sabe em algum momento ainda existiremos. Hoje, embarquei no trem completamente só, com a certeza de já não pertencer a nós.
Ass: Danilo Mendonça Martinho
Muito bom o que escreves.
ResponderExcluirabç
Vejo os passos de longe na solidão...
ResponderExcluirBelos versos, envolvente silêncio!!
Beijos
demaais o texto, como todos os outros e sempre!
ResponderExcluirsou fã : )
http://duas-de-mim.blogspot.com
Danilo, és o tipo de poeta que se tem no criado-mudo, na bolsa, no bolso, na estante... és o livro que se zela o dia inteiro e se lê de noite.
ResponderExcluirCaramba... que lindo!!!!!
ResponderExcluirA solidão se expressa de tantas formas, mas será que em algum momento estamos realmente sozinhos? Acho que não. rs
ResponderExcluirPs. Tem um "carinho" para o teu blog lá no meu sótão.
bacio
Estou passando por essa fase...
ResponderExcluirSó ainda não tenho certeza de não pertencê-lo mais...
bjs*