Nossa mente é uma fábrica de ideais. A maioria deles ligados a uma felicidade desconhecida, um sorriso permanente. A ilusão é tão forte que nos vemos invadidos por sentimentos que não aconteceram. Essas idéias são inevitáveis, plantadas e reproduzidas como um vírus, a imagem de uma vida muito melhor. Um sonho particular que parece estar atrás de toda janela, vivo em diferentes olhares. Nosso inconsciente toma conta e nos coloca em rumos repetidos onde ficamos aquém da nossa própria promessa. Assim nossa felicidade permanece estática, beirando nosso horizonte, resistindo ao nosso pedido para que nasça. O que nem sempre esperamos é que a vida nos escute.
Uma manhã a noticia te invade como a luz do dia. É fácil reconhecer o próprio sonho. A mistura de ansiedade e cautela. Os dissabores que vão dando lugar a tudo que é doce. A mente que abdica de tudo pela hora marcada. O passo ainda em dúvida caminha ao encontro e ali finalmente ao alcance de teus dedos, a prestar atenção em sua palavra, transformando esse mundo em lugar mais crível, tua felicidade. Ali do outro lado de tua alma o sorriso incondicional, a imaginação que funde com a realidade e uma incerteza irracional. O medo de estragar o desejo, questionando se merece tanto, pensando não ser capaz vivê-lo. O sonho é tão bom que parece não ser verdade. É assim que recebemos a felicidade, com descrédito. Como se fosse ela que tivesse que se provar.
Ass: Danilo Mendonça Martinho