quinta-feira, 13 de setembro de 2012

“Manchete” (13/09/2012)

A palavra se precipitou
Entregou a verdade
Nas mãos da ilusão
Passou seca pela garganta
Desaguou em desespero
O sentimento mora perto

A tragédia é diária
Corpos alheios do contato
Ruas cheias de objetos
Mas nenhuma revolta
Tudo já virou paisagem
Desde a alegria até a miséria
A palavra também abriu mão

A fé no que é humano
Sobrevive ao jornal na TV
Ao tiroteio no cruzamento
À fome do concreto
À sede pelo poder
Até que a última voz se renda
E não exista mais porta para bater

Ass: Danilo Mendonça Martinho

8 comentários:

  1. "Até que a última voz se renda
    E não exista mais porta para bater"

    Continua manchetes... movimentos acelerados mostram estranhamente lentos.

    Sempre belas palavras

    Grata!

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  2. Lutemos, poeta, contra a 'paisagização' de tudo, lutemos!

    M.

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  3. Quando a palavra morrer, nada mais será manchete.

    Abraços poeta!

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