segunda-feira, 3 de outubro de 2011

“Solidão Paulistana” (08/09/2011)

Como a raiz vence o concreto?
As ruas são frias
As almas são vacantes
Os olhares distantes
As verdades obscuras
Os passos escusos
E a palavra um abismo

Tudo por aqui passa
A multidão é vazio
Os abraços casuais
Um céu sem estrelas
Um chão sem sonhos
Inúmeras luzes acesas
Mas nenhum convite para entrar

Somos apenas cicatrizes do asfalto
Rachaduras que ainda respiram
Edifícios de corações
Poluição de sentimentos
Trânsito de silêncios
Becos de esperança
Que o corpo não seja vão

É desta terra inóspita
Onde a rosa crava o espinho
Desabrocha sua vida
Cria raízes na cidade
Acredita no seu lado bom
Nesta solidão...
Encontra companhia.

Ass: Danilo Mendonça Martinho

8 comentários:

  1. Como diz a canção: "É preciso chuva para florir". E a raiz se cria para quem a recebe.

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  2. Em Sampa todos somos mestres de obra da vida!

    Abraços

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  3. Amigo, uma cidade que eu não gostaria de morar é São Paulo...
    O pessoal vai a lua, mas não atravessa a rua para cumprimentar uma vizinho.
    É nesse mundo que vivemos, meu caro!

    Beijos,

    Luana Barcelos

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  4. Dos lugares mais sombrios, é possível cor e cheiro

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  5. Admiro as palavras que em evidência se mostram mais sinceras que as outras.

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  6. Adoro essa solidão que faz tanto parte de mim... que preenche meus dias com a paixão de ser paulistana!

    No cinza e no azul, sou feliz aqui...

    Beijos, Poeta amado!

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  7. "Inúmeras luzes acesas
    Mas nenhum convite para entrar"

    Quanto maior a cidade, mais almas perdidas.
    São Paulo é uma turbina que nunca para.
    Apesar da condição de vida aqui ser mil vezes melhor devido às portas "imaginárias" de emprego, ainda me sinto perdida, quem sabe não me mudo para uma cidadezinha onde o vizinho do apartamento do lado saiba meu nome, me diga bom dia e me chame para um café?

    Beijo doce.

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