segunda-feira, 22 de novembro de 2010

“Edifício” (28/10/2010)

Arranha, céu
Como arame farpado
Como cair da bicicleta
Sangra
Toda fragilidade da vida
Toda ingenuidade infantil
Cresce
A inevitável revolta
A perda da alergia
Sobrado
Não há o que recupere
Marcas na carne viva
Pulsa
Uma veia de esperança
Uma resistência abandonada
Suspira
Vozes sem eco
Palavras sem par
Sem teto
Desconstruímos a morada
Somos um por andar

Ass: Danilo Mendonça Martinho

3 comentários:

  1. Muito legal a maneira como tu estruturou o texto.
    Tuas palavras dizem muito e inspiram.
    Talvez porque eu tenha há pouco destruido uma morada, mas acredita... todos podemos construir outra.

    Um abraço

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  2. Gostei do jogo de palavras, afinal, este é o trabalho dos poetas: reinventá-las.
    Sigo-te.
    Singelo abraço.

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