quarta-feira, 1 de julho de 2009
“Opus Posthumous” (26/06/2009)
Confesso: já não te ouvia.
Perdido nos meus próprios pensamentos
...Não pensava em você
Era alguma resolução egoísta
Como: o que fazer depois dali
Não me preocupava em te responder
Não me importava em questionar
Conformava-me de tudo acontecer
Aceitava calado tuas decisões
Não lutava nem mais um instante
Não sei nem dizer se o esforço seria inútil
A verdade é que teus olhos perderam brilho
Sua opinião tornou-se vazia
Em poucos segundos, em poucas palavras.
Tudo me pareceu uma grande mentira
Até demorou a colocarmos o mundo entre nós
As inevitáveis coisas desta vida.
Perdi o encanto como quem perde as chaves.
Faço outra cópia mais tarde
Cansei deste campo minado de emoções.
Cansaço que via em suas feições.
Teus olhos lamentadores não me causam reação
Não posso esconder minha decepção
Sua mão recostada sobre a minha pesa demais
Teus lábios se moviam sem propósito
Já fazia algum tempo que tua face tinha perdido a cor
Aquela situação fria e constrangedora
Aos poucos acabando com o que restou
Nenhum leve resquício de amor.
Reduzidos a um Nada em um único momento.
Teus suspiros marcavam as pausas
Parecia livrar-se de um mal sem tamanho.
Foi então que reclinou teu rosto em uma espera final
Demorei alguns segundos para voltar à mim.
Foi teu silêncio que me acordou.
Foi quando notei que entre nós
Não havia espaço nem para um adeus.
Ass: Danilo Mendonça Martinho
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