quinta-feira, 9 de julho de 2009
“Apocalypse” (06/07/2009)
O que está acontecendo nesse mundo?
Quando tudo se tornou tão seco e amargo?
O que são todos esses corpos desistentes?
Que vidas são essas sem cor?
Relações efêmeras, grandes vazios.
Por que tantos viram as costas?
Os romances morrem em todas as calçadas
Ignorados pela selvageria fria e racional
O que aconteceu com os sonhos?
O que aconteceu com as esperanças?
O que matou de fome esses corações?
O mundo escondido em trincheiras
Ninguém com a coragem de levar uma bala
Apenas os mesmos patéticos sorrisos de quem finge
Quem há muito...não carrega nada consigo.
O medo da perda cria abismos
Maiores que poesias e sentimentos.
Ando a beira deste precipício
Procurando uma breve passagem que for
Se for para tomar partido, fico do lado do êxtase
Onde existem as tristezas que podem me matar
E a alegria que nunca pude imaginar.
Mas são tantos que se esvaziam e lamentam,
Ninguém mais arquiteta pontes ou arrisca vôos.
Todos fincaram seus pés no chão.
Se misturaram ao concreto
Já não posso dizer quem respira.
Não há chuva, sol, horizonte.
Não há argumentos para lhes tirar da razão.
Nunca imaginei que a destruição começaria aqui
Dos âmagos individuais transbordados de desilusão.
Os dias trouxeram um ar insuportável
Uma existência questionável.
Haverá sobreviventes?
Eu, o primeiro dos pessimistas
Hoje luto incessantemente
Tenho medo que em minha era se perca
Algo discretamente essencial
Parecemos negar os fatos
Estamos matando tudo que é possível
Fechando todas nossas portas
Conformados de não ter nada além daqui.
Eu me arranho entre frestas a procura de vidas.
Minha busca torna-se apenas mais difícil,
Mas pela primeira vez encontrei uma causa
Sinto que não posso abaixar guarda,
Não posso desempunhar minhas armas,
Preciso...vou até o fim.
Eu ainda acredito
Lhe suplico que acredite também.
Por favor, não sejamos últimos quaisquer
Ass: Danilo Mendonça Martinho
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