Estavam todos ali
Num canto de vida
Espremidos na sombra da fuga
Igualaram diferenças
Apertaram seus silêncios
Jogaram os olhos no horizonte
Uma esperança fortuita
Um destino paliativo
O outro voltaria a incomodar
Sua brevidade era aliada
Mesmo assim preferiam-se estranhos
O que há de tão desesperador
Na palavra que alcança o outro?
Nossas faces são os avessos da alma
Espantalho de tudo que é curioso
Escapam todas as peculiaridades
Vistas a olho nu do espaço
Distorcidas na ponta de nosso ego
O mundo é turvo para confianças
Assim permanecemos intactos
Trocando o mal da espera ao sol
Pelo mal da espera amontoados
Somos capazes de nos espremer
Num pedacinho de vida
E não tocá-la
Ass: Danilo Mendonça Martinho
Exatamente isso Danilo, nos esprememos demais, fomos no quase lá daquele vão, respondemos tudo na pressa, não deixamos a palavra ou a entrega ter a sua demora de amadurecimento. Olhamos rápido demais pro outro e não tocamos. Somos sabotadores de nós mesmos.
ResponderExcluirBeijo.
Fer.
Como contentam-se com tão pouco? Tanta vida para ser desvelada...
ResponderExcluirAcho que a Fernanda foi super precisa no seu comentário...acredito que saborear a vida na sua amplitude é tarefa para poucos.A maioria sobrevive à vida...vive da rotina, precisamos ser mais do que nossas ações e sentimentos, precisamos ser pensamentos e idéias, pois a reflexão pode mudar sentimentos e as idéias podem concretizar sonhos...Bjo,Luana Barcelos Dantas
ResponderExcluirNos esprememos. Nos amontoamos. Quase sucumbimos. Acho que por isso que "o mundo é turvo para confianças"... Fugimos das relações e não sabemos voltar para elas. Com sempre, perfeito!
ResponderExcluirBeijo para o poeta que Vê o mundo do alto da sua colina!
"O mundo é turvo para confianças", exatamente!
ResponderExcluirEm tempos de tanta liquidez, há muito o que falta...saber permanecer!
Bjos