quinta-feira, 18 de agosto de 2011

“Condenado” (09/08/2011)


É uma pena
Deflagrar a verdade
Numa única palavra
Amor é uma conseqüência
A qual voltarei
Como se fosse um erro
Inebriado pela promessa
Embebedo minhas páginas
Sem pudores racionais
Despido de consciência
Perco-me na rima
Preso ao universo
Aquém da paixão
Vazio de realidade
Romanceio a esperança
Um sentir em exagero
Deixaram-me rasgar o peito
Disseram que era longe demais
As feridas se multiplicam
Fiz de tudo uma chance
Sem saber que tinha medida
Sobrou-me ser réu
Perpetuar
Crimes de romantismo
Desculpe se me entrego
Fecho os olhos para o mundo
Mas é preciso preencher os espaços
Até que me tomem a palavra
E a solidão cobre minha pena

Ass: Danilo Mendonça Martinho

10 comentários:

  1. Uau...

    sem palavras...

    Um dos teus melhores poemas, com toda certeza!

    Beijos

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  2. "Amor é uma conseqüência, a qual voltarei". Sempre voltamos. Muito bom!

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  3. E nossa sentença é tentar, ao menos, VIVER !!!
    Meu momento? "Vazio de realidade".
    Bjs sempre admirados.
    Si

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  4. Lindas divagações. Amor é a multiplicação das nossas feridas.

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  5. Bonita é essa entrega!
    Para os crimes de romantismo:
    Sentença: o transbordar do sentir em exagero, sempre!!
    Condenação: nunca perder essa intensidade.

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  6. É preciso de entregar...mas a condenação ao amor é a maior liberdade que se pode usufruir!

    Beijos, Luana Barcelos

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  7. A vida é vazia. E é preciso saber preenchê-la.

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  8. Sempre voltamos ao amor.
    Poema belíssimo.

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  9. Dá medo se entregar desse jeito, mas é bom!
    bjs

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  10. O poeta é um condenado sem chance de revisão da pena.

    Abraços

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