domingo, 31 de janeiro de 2010
“Poeta de Papel” (25/01/2010)
Pobre poeta,
Sem as palavras certas
Dono de seus versos
Aquém dos corações
Rimas desajeitadas
Sentimento desarranjado
Falta-te a sinestesia
Perdeste o olhar
Pareceu comum
Enganou-se com o tempo
Precipitou inspirações
Buscou em vão
Quis o mundo
Quis o céu estrelado
Quis....mas
A poesia ficou pequena
Pobre poeta,
Rasga suas cartas
Chora os sonhos
Amarga o peito
Desdenha e maltrata
Sem consciência
Sem controle
Desfez-se no papel
Ficou sem resposta
E agora teme
Não mais voltar
Depois de tanto
Depois de tudo
Depois...mas
Não o bastante
Pobre poeta,
Que não esquece
Quando esteve
Frente a frente
Sem máscaras
Despido de tradições
Livre de receios
Cheio de coragem
Uma única verdade
Mais um respiro
E...
Nada pode dizer
Além de um clichê
Ah, poeta, pobre de você
Ass: Danilo Mendonça Martinho
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