Um amigo me disse
Que a poesia devia permanecer à
margem
Talvez por isso combine com os
muros
Nossos limites diários
Nossa ilusão de segurança
Mas a poesia segue nesta margem
Pois ignoramos nossas cercas
Nos cercamos de verdades
farpadas
Acreditando estar a salvo da
solidão
A poesia na parede fria
Recebe olhares desenganados
Ela encara e não desiste
Não importa o sentido desde que
o faça
Ele embarcou para Barra Funda
Muita gente, muito tempo
Muita realidade que vem de
dentro
Caem os filtros, caem as
máscaras
E na borda da loucura
Quem resiste é o verso
Cru e sem açúcar
Coloca teu pé no chão
Lembra que há vida na próxima
estação
Mesmo que seja apenas poesia
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