domingo, 15 de março de 2015

“Agenda” (28/02/2015)

Não consigo evitar de ver a chuva caindo lá fora
A cada lembrança do que preciso um raio me ataca
E permaneço inerte tentando achar o que mudou
Quando toda essa alma virou um fardo
Minha razão grita por uma liberdade que desconhece
O vento que passa é o vento que sopra.....sem resposta
Sinto que quero negligenciar minha vida por completo
Deixar de ser tantos para ser nenhum
O ônibus que passa e volta.....e se deixa levar
Querer me impõe escolhas que não me cabem
Sou insuficiente de vontade para ser o tempo todo
A decepção cotidiana do espelho me destrói
Não há um passo nessa vida que eu posso planejar
É necessário ignorar o que preciso para me distrair
Ou ignorar o que eu quero pelo que preciso
Abandonar minha liberdade para controlar o que faço
Chuva, quem te manda cair?
Vai acabar o dia e deixarei alguma parte de mim de lado
Quero seguir naturalmente como suas águas
Aceitar a cada segundo sem saber do próximo
Um querer sem planos, um relógio sem pressa
Para que nenhum final de dia eventualmente me mate

Ass: Danilo Mendonça Martinho

2 comentários:

  1. Que coisa sincronizada, quase assustadora! Escrevi hoje sobre água e lembrei de você, resolvi passar aqui para te dizer que faz tempo estou lembrando com saudades e ao chegar me deparo com esse lindo poema sobre chuva! É a água abençoada, que sempre traz vida, traz até lembranças e saudades.....

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  2. ''Para que nenhum final de dia eventualmente me mate''

    O peso dos dias que se passam e o peso das escolhas estão me matando aos poucos, e nesse momento só posso dizer que, me deixo morrer de pouquinho em pouquinho. Será masoquismo?

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