Viver definitivamente é uma possibilidade
Respirar é um ato tão involuntário que não se sente
Caminhar pode ser apenas uma questão de inércia
Falar é algo que se aprende imitando o outro
Nossa existência segue o que lhe é natural
Viver é artificial
É uma criação puramente sua
Não existe sem vontade
Não se completa sem ação
E mesmo com esta consciência, não é uma certeza
Viver é incômodo
É preciso todos os dias seguir pelo desconhecido
Ser nômade de corpo e alma
Entender que não há lugar a salvo
E eventualmente abandonar o que já construiu
Viver é paradoxal
Continuar quando todos dizem que não
Querer com todas as forças o impossível
Acordar mesmo sabendo que nada mudou
Ter esperanças de encontrar o que ninguém prometeu
Viver é quase que improvável
A verdade é que é uma pulga atrás da orelha
A curiosidade que nos convence para mais um dia
Há muito neste mundo que é líquido e certo
Mas e se resolvermos viver...
Ass: Danilo Mendonça Martinho
Realmente, viver não é preciso...
ResponderExcluirPerfeição de poema, grande abraço poeta.
Boas festas e um feliz novo ano!
Sempre muito reflexivo.
ResponderExcluirTe ler é como estar num divã.