Cada palavra marcada
No papel envelhecido
Tem nome e sobrenome
Não sei se foram raras paixões
Sei que foram as minhas
Sei que sou produto delas
Meu passado está escondido
Até mesmo de minha memória
Não sei o que encontrar na cômoda
Num canto discreto de minha alegria
Não sei o que guardar de minhas tristezas
Parte de mim está numa caixa de sapatos
Ali jaz muito do meu romantismo
O mesmo que não preciso mais esconder
Amei mais palavras do que pessoas
Mas elas acabaram mudas
Uma solidão que não se calava
Não sabia ser o que sentia
Amei na proporção de vidas inteiras
Reconstruí nítido ao toque meu futuro
O tempo consolidou as fronteiras da minha dor
Tirava do coração pedaços completos
Vi a perfeição em tudo que beirava a realidade
Findaram como folhas de outono meus romances
Lá no fundo dessa bacia de almas
Me reconheço sem querer voltar
O que aprendi me faz feliz
O que senti me faz inteiro
Do que ficou apenas a certeza
Minha gaveta amou mais do que eu
Ass: Danilo Mendonça Martinho
Esse poema parece que saiu de mim, que beleza, que tristeza. Eu o interpretei assim, e desse modo o vejo como minha composição.
ResponderExcluirTu és genial.
Como móveis e objetos. Como vidas móveis em uma casa, como objetos!!!
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