quinta-feira, 11 de julho de 2013

“Ensaio sobre o silêncio”

Há um grande desrespeito pelo silêncio. Por certas pessoas não passa nem um respiro. Existem presenças que só se justificam com a fala, não nego. Mas até estes pequenos incômodos merecem seu espaço. Uma conversa é tão boa quanto um suspiro. Fazemos do silêncio um estranho como se não bastasse uma companhia, olhares, sorrisos ou mesmo nada disso. O simples acaso de dois conhecidos que seguem para o mesmo destino ou dividem uma refeição. Sinto falta, sinto-me perturbado pelas constantes interrupções deste momento de reflexão. Até eu mesmo me vejo influenciado por essa tendência, que companhia precisa de palavras. Fujo do olhar, mexo a mão, olho para os céus como se precisasse urgentemente fugir dali. O que está ao nosso lado é assim tão diferente, tão amedrontador? Fico a pensar o que será que fez de nossa alma assim tão assustada. Somos tão precários, tão imaturos. Incapazes de lidar com o silêncio, imagina cuidar de um mundo. O mais breve som da natureza ou respiro da vida passa simplesmente despercebido. Há tanto ao nosso redor para conhecer, tanto, que qualquer dia desses você deveria não falar e ouvir também. 

Ass: Danilo Mendonça Martinho

5 comentários:

  1. Aprecio os segredos do silêncio.

    ResponderExcluir
  2. A beleza de um bom silêncio é esquecida diante do caos das palavras... Que ainda possamos ter a proeza de lembra-lo. Silenciar até já me parece ser uma forma de fazer poesia.

    ResponderExcluir
  3. O silêncio incomoda, por se fazer ouvir.

    Abraço poeta!

    ResponderExcluir
  4. Preciso do silêncio pra ouvir meu querer.

    ResponderExcluir
  5. "a boca fala do que está cheio o coração."
    Mateus 12:34

    ResponderExcluir