O que nos faz diferentes? Aparências enganam, e a imagem é produto alheio. Um olhar de lamento ainda pode amar. O que nos leva ao âmago. Trilha final de cada simples ação. Acreditava que bastava um sentir para nos separar de todo resto. Todo mundo magoa, todo mundo sofre, a dor é inevitável como tudo que se propõe a promessa de sentir. Há lugares aonde não vamos, mas não quer dizer que não se alcance. Iludi-me com princípios, adotei os mais nobres, tratei-os como filhos, bastava almejar o melhor. Todo mundo é vil, todo mundo mente, a mudança é inerente a qualquer pessoa que propõe a caminhar. Só por que a bússola aponta para o norte, não quer dizer que permanecemos na mesma direção. Sobrou-me o sonho. A idealização trabalhada nos detalhes. Cada sorriso, cada abraço, cada palavra a orquestrar um plano, a simular uma felicidade. Todo mundo acorda, todo amor acaba, o fim só existe a partir do começo. Não é porque conseguimos imaginar que resistiremos à realidade.
Nada te salvará de ser, humano.
Ass: Danilo Mendonça Martinho
É esse ser/olhar, humano que te faz sentir
ResponderExcluirQue compõe o passo que não desiste
Que alcança o âmago
Que acrescenta
Que sabe tocar a vida e perscrutar os mistérios que o cotidiano oculta.
Minha alma agradece!
Não acho que seja um castigo, mas também não é de se orgulhar. Os próprios humanos se intitulam seres ruins, fazem coisas ruins, sem generalizações, mas alguns nem deveriam ser chamados de seres humanos. Belo texto.
ResponderExcluir"Nada te salvará de ser, humano". Sim, é verdade. Mas não acho que seja ruim. As pessoas se deixam ser ruins pelas circunstâncias e blecautes da vida. Só no, em e por amor é que nós agradecemos por sermos (ou ao menos tentarmos ser) seres humanos. Adorei tua escrita. Au revoir.
ResponderExcluirO que nos faz diferentes é o que nos faz únicos. Ser singular é preciso, ser humano é inevitável e é bom que seja assim não é mesmo? =)
ResponderExcluirBeijo carinhoso.
Um amor sem fim não é utópico. Desistir é igualar-se a todos.
ResponderExcluirDemasiadamente humano.
ResponderExcluirNunca conseguiremos resistir à verdadeira realidade...
ResponderExcluirÉ justamente isso que me incomoda porque na maioria das vezes eu prefiro mesmo é ser canino. rs
ResponderExcluirbacio
Nada, Poeta! Nada!
ResponderExcluirUm beijo.
Adoro seu escrito é único e tocante, sempre.
ResponderExcluirLeonardo Valente
Alguns não o são, mas podemos verdadeiramente ser!
ResponderExcluirE quão complexa se faz nossa alma, caro poeta!
ResponderExcluirBeijos!! Lindo!
Registro a admiração de quem sempre violou o desejo, exímio executador de mim mesmo que sou. Agora, por não mais sê-lo, nem mais sei quem sou, mas me acalma a certeza de estar sendo algo bem mais próximo de mim mesmo, do que realmente é ser, a despeito de um mundo que me quer não sendo, não sido, não.
ResponderExcluirE, nisso tudo, foi bom encontrar teu texto.
Quanta verdade no texto Danilo.
ResponderExcluirÉ o infinito das possibilidades é que nos faz lapidar esse Humano que somos.
Beijo,
Fé Fraga.