segunda-feira, 20 de junho de 2011

“Estudo sobre a Alma” (16/06/2011)

O que nos faz diferentes? Aparências enganam, e a imagem é produto alheio. Um olhar de lamento ainda pode amar. O que nos leva ao âmago. Trilha final de cada simples ação. Acreditava que bastava um sentir para nos separar de todo resto. Todo mundo magoa, todo mundo sofre, a dor é inevitável como tudo que se propõe a promessa de sentir. Há lugares aonde não vamos, mas não quer dizer que não se alcance. Iludi-me com princípios, adotei os mais nobres, tratei-os como filhos, bastava almejar o melhor. Todo mundo é vil, todo mundo mente, a mudança é inerente a qualquer pessoa que propõe a caminhar. Só por que a bússola aponta para o norte, não quer dizer que permanecemos na mesma direção. Sobrou-me o sonho. A idealização trabalhada nos detalhes. Cada sorriso, cada abraço, cada palavra a orquestrar um plano, a simular uma felicidade. Todo mundo acorda, todo amor acaba, o fim só existe a partir do começo. Não é porque conseguimos imaginar que resistiremos à realidade.

Nada te salvará de ser, humano.

Ass: Danilo Mendonça Martinho

14 comentários:

  1. É esse ser/olhar, humano que te faz sentir
    Que compõe o passo que não desiste
    Que alcança o âmago
    Que acrescenta
    Que sabe tocar a vida e perscrutar os mistérios que o cotidiano oculta.
    Minha alma agradece!

    ResponderExcluir
  2. Não acho que seja um castigo, mas também não é de se orgulhar. Os próprios humanos se intitulam seres ruins, fazem coisas ruins, sem generalizações, mas alguns nem deveriam ser chamados de seres humanos. Belo texto.

    ResponderExcluir
  3. "Nada te salvará de ser, humano". Sim, é verdade. Mas não acho que seja ruim. As pessoas se deixam ser ruins pelas circunstâncias e blecautes da vida. Só no, em e por amor é que nós agradecemos por sermos (ou ao menos tentarmos ser) seres humanos. Adorei tua escrita. Au revoir.

    ResponderExcluir
  4. O que nos faz diferentes é o que nos faz únicos. Ser singular é preciso, ser humano é inevitável e é bom que seja assim não é mesmo? =)

    Beijo carinhoso.

    ResponderExcluir
  5. Um amor sem fim não é utópico. Desistir é igualar-se a todos.

    ResponderExcluir
  6. Nunca conseguiremos resistir à verdadeira realidade...

    ResponderExcluir
  7. É justamente isso que me incomoda porque na maioria das vezes eu prefiro mesmo é ser canino. rs

    bacio

    ResponderExcluir
  8. Adoro seu escrito é único e tocante, sempre.
    Leonardo Valente

    ResponderExcluir
  9. Alguns não o são, mas podemos verdadeiramente ser!

    ResponderExcluir
  10. E quão complexa se faz nossa alma, caro poeta!

    Beijos!! Lindo!

    ResponderExcluir
  11. Registro a admiração de quem sempre violou o desejo, exímio executador de mim mesmo que sou. Agora, por não mais sê-lo, nem mais sei quem sou, mas me acalma a certeza de estar sendo algo bem mais próximo de mim mesmo, do que realmente é ser, a despeito de um mundo que me quer não sendo, não sido, não.

    E, nisso tudo, foi bom encontrar teu texto.

    ResponderExcluir
  12. Quanta verdade no texto Danilo.
    É o infinito das possibilidades é que nos faz lapidar esse Humano que somos.
    Beijo,
    Fé Fraga.

    ResponderExcluir