quarta-feira, 14 de abril de 2010
“Cansaço” (03/04/2010)
As noites têm chegado antes de mim.
Ruas vazias e um vento frio
Uma mente perdida e uma alma vagante
Um suspiro na ausência das palavras
Encolho-me no assento do ônibus
Mirando alguma estrela pela janela
A escuridão permanece intacta
Perco meu olhar em um horizonte infinito
Aguardo, suspendo, caminho
Entre outros corpos me escondo
Da minha vida me esqueço
Hoje, sei, já não volto
Na cama me descarrego
Alcanço a minha liberdade
Desfaço-me em algum silêncio
A madrugada ainda me aguarda
Mas os dias não vão me esperar.
Ass: Danilo Mendonça Martinho
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não, os dias não nos esperam. o cotidiano tem uma maneira cruel de seguir seu rumo, suas tarefas inalteradas e inalteráveis, indeferente a quem o vive. acho que simplesmente encontramos brechas em uma ordem pré-existente para fingir que há um lugar para nós nesta sociedade, mesmo sabendo que o desenrolar seria exatamente igual se não estivéssemos aqui.
ResponderExcluirGostaria de, uma vez mais, simular um certo controle e perguntar: Que dias produziremos?
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