domingo, 6 de setembro de 2009

“Enquanto Memória” (20/08/2009)




Descobri que não existo
Apenas brevemente permaneço
Memória, palavra e tempo
Descobri que não sou
Se não quando em outro
Senti, que não fosse,
Nesses versos e poesia
Seria supérfluo
De nada adiantaria o agora
Sem as tais letras
Poderiam me engavetar
Escapar das lembranças
Então bastaria do tempo o compasso
Eu me deflagraria vencido

Senti angústia e medo
A certeza imponderável
A memória esquecida
Poemas de outrora
A vida que chegara
Sem mais esperas
Os sentimentos desapareceram
Nas sombras dos anos
Tornei-me algum espaço vazio
Uma falha cronológica
Sem história para contar
Sem nada a declamar
Sem saber o que era

Terei muita sorte
Em habitar essas páginas
Terei morrido
Se não tentar


Ass: Danilo Mendonça Martinho

2 comentários:

  1. Por isso que eu fotografo. As coisas passam a existir depois disso.
    rsrs

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  2. A morte é o destino inexorável da vida, e, para mim é um recomeço...da vida que com ela se encerra. Que as palavras nos perpetuem de forma serena e que possamos ser nós...toda a vida! Rogério Hernandes

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