Vivo entre invernos, não sei bem porque meu coração agita-se mais nessa época, talvez querendo mostrar que ainda estou vivo, evitando toda inércia deste tempo frio e inibidor. Por fato paixões se aproximam e se resolvem, e eu tenho passado meus anos assim, no aguardo de um próximo inverno, uma nova história para contar. Os amores costumam me encontrar por aqui, por mais que eu tente fugir, ponderar ou manter a calma. Ainda me aconchego entre os cobertores, no momento, minha única companhia. Acomodo-me entre meus sonhos, acordo pronto para esquecê-los. Alguma hora por esses dias vou crescer. Aprender algo de novo, no ritmo cadenciado que minha vida segue. Até o dia de compartilhar um chocolate quente na varanda. Um pôr-do-sol, uma chuva. Um sentimento congelado entre as masmorras do castelo. Todos aconselham a não deixar as fortalezas, eu decido por me arriscar em campo aberto. Há algo de inebriante no romance, algo que não pretendo defender nem discutir. Não me importo em ser algum último. Não posso apontar errados. Esses são meus limites, até onde posso imaginar, até onde a mente se pode controlar, até onde meu amor puder alcançar, até onde minha mão puder tocar. O resto é teu. Espero que venha me visitar em uma próxima estação.
Ass: Danilo Mendonça Martinho
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