sábado, 7 de fevereiro de 2009

"Luto" (02/02/2009)




São as cicatrizes que nos definem
São as perdas que nos levam a conquistas
A falta que nos faz ansiar pela presença.
Quantos funerais já perdi?
Foram tantos sentimentos
Junto de alguns princípios
Não tive coragem de estar lá no adeus
Mas matei sem dúvida
Por milhares de motivos
Necessidade, sentir-se bem
Até mesmo para esquecer
Acreditamos que seremos mais fortes
Crescer, ir mais longe
Até que cheguei, mas será...
Que os vencedores são aqueles que me fizeram matar?
Será que nada disso faz diferença sem nosso passado?
São os pequenos momentos, as mágoas,
As palavras ditas sem consideração,
São exatamente os momentos impensados
Que te fazem mudar
A fúria que toma seu âmago
A vontade de não sentir
A vontade de não se deixar afetar
Não pensamos duas vezes quando se trata do nosso bem.
É em um fim de tarde, é num telefonema,
É numa chuva, num canto escondido, não importa
Utilizamos nossas armas, cruéis talvez.
Ignoramos, pedimos licença, respiramos mais fundo
Nos libertamos do que pressionava nosso coração de forma tão nociva.
Repreendemos quem convive com essa dor
Olhamos o mundo como absurdo diante da nossa resolução.
Tão passional como quem chora por quem não merece.
Não somos, mas fomos e provavelmente não seremos.
Espero que o mundo não perca totalmente a cor.
Talvez em alguns momentos queria não ceder as pressões
Acreditar um minuto a mais
Quem somos nós para virar as costas?
Quem somos nós para dizer nunca mais?
Não sabemos o que teremos que abandonar
No fim só me resta um minuto de silêncio
Uma homenagem póstuma a tudo que tive que deixar para trás...
Que quis deixar para trás, simplesmente pelo meu bem.
Ah...quantos princípios já enterrei?

Ass: Danilo Mendonça Martinho

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